O que motivou os conflitos entre os militares e a monarquia?

Perguntado por: amelo . Última atualização: 19 de maio de 2023
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Havia insatisfação entre os militares com salários e com a carreira, além de eles exigirem o direito de manifestar suas posições políticas (algo que tinha sido proibido pela monarquia). Havia também descontentamento entre elites emergentes com a sub-representação na política da monarquia.

A abolição da escravatura, em 1888, provocou profunda insatisfação entre os fazendeiros do Vale do Paraíba e de outros locais do Brasil que ainda apoiavam a monarquia. Indignados com a Lei Áurea, os fazendeiros exigiam que o governo os indenizasse pela perda de seus trabalhadores escravizados.

Aproximando-se dos soldados nas dificuldes da guerra, os oficiais desenvolveram simpatia pelo abolicionismo. Com isso, mais um elemento veio afastar o Exército da monarquia.

O enfraquecimento do regime monárquico se deu por diversos fatores. Enquanto o sistema não correspondia mais às necessidades da população, Dom Pedro II entrava em atrito com a Igreja Católica e com os militares. O Imperador também não tinha o apoio da elite agrária, que queria mais integrantes no poder político.

Os principais motivos para o fim do Segundo Reinado

  1. Questão religiosa. Com um caráter mais personalista, a questão religiosa decorre de um conflito entre a Igreja Católica e D. ...
  2. Questão escravocrata ou oligárquica. ...
  3. Questão militar.

Considera-se que essa crise da monarquia no Brasil iniciou-se na década de 1870,logo após a Guerra do Paraguai. O Brasil venceu a guerra, mas a monarquia saiu enfraquecida e os novos rearranjos políticos que estavam em formação no Brasil, desde a década de 1860, começaram a ganhar espaço no debate político.

A Questão Militar foi uma sucessão de incidentes, ocorridos entre 1886 e 1887, envolvendo oficiais do Exército Brasileiro e autoridades do governo imperial. Esse choque entre militares e civis agravou a crise política e deu novo ímpeto à campanha republicana.

A “Questão Militar” envolveu os oficiais mais antigos da hierarquia do Exército, combatentes da guerra de 1864-70, e os jovens oficiais da Escola Militar da Praia Vermelha, incomodados com as limitações da cidadania inerentes ao Império por conta dos critérios aristocráticos e censitários.

Assim, ao longo da última década do Império, os militares foram retirando gradativamente o apoio ao regime monárquico, aliando-se a outros grupos de políticos, efetivando o golpe republicano em 15 de novembro de 1889 e contribuindo decisivamente para a consolidação do novo regime.

Elites emergentes, militares, políticos, classes populares, escravos eram todos grupos com críticas à monarquia.

Benjamin Constant foi um militar brasileiro que ficou conhecido por lutar na Guerra do Paraguai, e que inspirado pelo positivismo francês, acreditava que uma das principais razões para o atraso social do Brasil era o mantenimento da Monarquia.

Disputas políticas e a consolidação do Exército como uma instituição profissional são dois fatores de peso nessa crise da monarquia.

O enfraquecimento de Dom Pedro II e o agravamento do seu estado de saúde deixaram o Segundo Reinado sem um comando, sem uma liderança, o que favoreceu o movimento das tropas do marechal Deodoro da Fonseca, em 15 de novembro de 1889, a decretar o fim do Império e instalar a república no Brasil.

No feriado de 15 de novembro, comemoramos a Proclamação da República, evento histórico que marcou o fim da monarquia e do Império do Brasil e determinou o exílio do imperador D. Pedro II e da família real.

Duas rebeliões que eclodiram ainda no período regencial chegaram ao fim no segundo reinado: a Balaiada em 1841, e a Farroupilha, em 1845. A única grande rebelião iniciada no segundo reinado foi a Revolução Praieira, que eclodiu em 1848 na província de Pernambuco, mas foi debelada no ano seguinte, em 1849.

A imposição da Constituição de 1824, o episódio da Confederação do Equador e o envolvimento do rei na sucessão do trono português figuravam os principais episódios responsáveis pelo desgaste político de Dom Pedro.

A primeira Constituição do Brasil foi outorgada em 1824, em um processo que gerou muito atrito entre imperador e parlamentares. O Primeiro Reinado ainda sofreu com os impactos da Guerra da Cisplatina, conflito que resultou na independência do Uruguai, e da Conferência do Equador.