O que marca o fim do Romantismo?

Perguntado por: agouveia . Última atualização: 22 de maio de 2023
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O fim do Romantismo no Brasil teve como marco a publicação do romance realista Memórias Póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis, em 1881.

Fases do romantismo no Brasil
Primeira geração romântica (1836 a 1852): nacionalista, indianista e religiosa. Segunda geração romântica (1853 a 1869): egocentrismo exacerbado e pessimismo. Terceira geração romântica (1870 a 1880): cunho social e libertário.

O romantismo é um movimento artístico e cultural caracterizado pelo sentimentalismo, subjetivismo e fuga da realidade. Esse movimento surgiu no século XVIII na Europa, durante a revolução industrial, e logo se espalhou por diversos países como: França, Alemanha, Inglaterra, Brasil e Portugal.

O fim do Romantismo no Brasil teve como marco a publicação do romance realista Memórias Póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis, em 1881.

Suspiros poéticos e saudades

Desse modo, em 1836, o Romantismo foi inaugurado no Brasil com a obra Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães.

O realismo foi uma escola estética com expressões em diversos campos da arte, como a literatura, as artes plásticas e a dramaturgia. Surgiu na segunda metade do século XIX, em oposição à estética do romantismo. Valorizava a objetividade, o factual e as situações cotidianas.

O Romantismo possui três fases: indianismo, ultrarromantismo e geração social. Cada uma dessas fases tem suas características próprias e autores de destaque.

O romantismo tinha como principal objetivo fazer oposição ao classicismo, ao racionalismo e ao iluminismo, contrariando a objetividade, a imagem do perfeito e o realismo, que caracterizavam esses movimentos anteriores.

Entre as marcas principais do Romantismo estão o sentimentalismo, a supervalorização das emoções pessoais, o subjetivismo e egocentrismo. É dessa maneira que os poetas se colocavam como o centro do universo. Dentro de um universo particular, o poeta sente a derrota do ego, produz frustração e tédio.

O Romantismo é caracterizado pelas noções de Subjetividade, próprias do gênio criador, de arte e de Natureza que se apresentavam como atitude, maneira de viver e movimento cultural e filosófico que tinham como objetivo preencher o “vazio da modernidade” a partir da união entre Espírito e Natureza.

Gerado sob o impacto da Revolução Industrial e da Revolução Francesa, de fins do século 18, o romantismo surgiu no início do século 19, na Alemanha, França e Inglaterra, num momento histórico em que as classes sociais, como as conhecemos hoje, se definiam.

O movimento romântico explorou o lirismo, a subjetividade, a emoção e a valorização do “eu”. Além disso, o romantismo brasileiro apresentou características próprias do nacionalismo, fuga da realidade, culto ao índio. Esses aspectos contribuíram para a formação da identidade cultural do Brasil.

Nas décadas de 1850 e 1860, houve uma ruptura com o idealismo exagerado em relação ao nacionalismo, o que levou à adoção, por parte dos autores desse período, de uma postura exageradamente pessimista diante da vida como escapismo dos problemas sociais da época, atitude que ficou conhecida como mal do século.

Os românticos defendiam a subjetividade, onde a visão do mundo era focada na idealização de tudo, nas emoções e sentimentos do indivíduo, nunca na realidade. Por isso, o Romantismo marcou a mudança de pensamento e comportamento do mundo ocidental, iniciando a modernidade.

Refletindo sobre a origem da palavra 'romantismo', descobrimos que ela nos remete ao substantivo roman, palavra que, diante do desgaste da língua latina na Europa, expressava, no francês antigo, o conjunto das diferentes línguas populares 'faladas', consideradas vulgares, em oposição à língua culta e escrita, o latim.

Canção do Exílio
Um dos poemas mais icônicos do Brasil de todos os tempos, a Canção do Exílio (1857) de Antônio Gonçalves Dias (1823-1864) é marcada por sua exaltação e sentimentalismo da terra.