O que João Romão representa na obra O Cortiço?

Perguntado por: usanches2 . Última atualização: 29 de maio de 2023
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João Romão: dono da Taverna, do Cortiço São Romão e da pedreira, é um dos principais personagens da narrativa. Busca a ascensão social a qualquer custo e, por isso, representa o capitalista explorador e ganancioso, dono de muitas ambições.

Rita Baiana: mulata sedutora que vive no cortiço. Teve um caso com Firmo, e mais tarde se envolveu com o português Jerônimo. Piedade: esposa de Jerônimo que ao descobrir sua traição com Rita Baiana, entrega-se ao alcoolismo. Firmo: amante de Rita Baiana, ele foi morto pelo português Jerônimo.

A obra faz uma dura crítica social, denuncia preconceitos raciais e a exploração do homem pelo homem.

O cortiço conta as histórias dos personagens de um cortiço carioca. A narrativa se passa no Segundo Reinado, antes da abolição da escravatura. Romance naturalista, a obra apresenta determinismo e zoomorfização. Seu autor, Aluísio Azevedo, nasceu em 1857 e faleceu em 1913.

O sonho de João Romão é adquirir prestígio social, como seu patrício Miranda. Este, à medida que o vendeiro vai enriquecendo, passa a considerar a possibilidade de oferecer-lhe a mão de sua filha, Zulmira; assim um amigo em comum, Botelho, se faz de intermediário das negociações e tudo fica arranjado.

No decorrer da história, João Romão engana sua amante Bertoleza com uma carta falsa de alforria, tornando-se proprietário de um conjunto de apartamentos, aumentando sua renda.

João Romão comprou então, com as economias da amiga, alguns palmos de terreno ao lado esquerdo da venda, e levantou uma casinha de duas portas, dividida ao meio paralelamente à rua, sendo a parte da frente destinada à quitanda e a do fundo para um dormitório que se arranjou com os cacarecos de Bertoleza.

Nesta, a pobreza é exposta através dos conceitos de estigma social de Erving Goffman e de distinção social de Bourdieu, amparados nos estudos de Sevcenko. O quarto capítulo trata da antinomia entre disciplina para o trabalho e vadiagem, recaindo na associação imediata entre classes pobres e classes perigosas.

Jerônimo se envolve com Rita e acaba destruindo o seu casamento. Piedade, após ser abandonada, sucumbe ao alcoolismo. Quando se descobre o caso entre os dois, Firmo desafia o rival para uma luta e acaba sendo assassinado.

A Bruxa, por influência sugestiva da loucura de Marciana, piorou do juízo e tentou incendiar o cortiço. Enquanto os companheiros o defendiam a unhas e dentes, ela, com todo o disfarce, carregava palha e sarrafos para o número 12 e preparava uma fogueira.

“O Cortiço” tem como grande influência a obra “L'Assommoir”, do escritor francês Émile Zola. Uma característica marcante do trabalho de Zola é o rigor científico da representação da realidade. O método de escrita dos naturalistas visava fazer uma crítica contundente à realidade corrompida.

Fernando: A situação retratada dos escravos no livro é bastante variada. Bertoleza é uma escrava que vive como quitandeira longe de seu senhor (ele mora em Juiz de Fora); Valentim, filho de uma escrava alforriada é um protegido de Dona Estela. Fora esses, aparecem mais trabalhadores braçais e menos escravos.

Quais doenças aparecem no livro? João Romão sempre roubou materiais para a Doenças venéreas, resfriados e malária.

As obras são importantes porque ele é considerado o criador do naturalismo no Brasil. Essa é uma vertente do realismo, a qual navega no que estava vigendo na Europa a partir do fim do século XIX: uma literatura que busca descrever de uma forma bastante realista o cotidiano das pessoas.

O Cortiço é considerado o melhor representante do movimento naturalista brasileiro. As principais características do Naturalismo seriam a animalização das personagens e, consequentemente, a ação baseada em instintos naturais, tais como os instintos sexuais e os de sobrevivência.

João Romão tem inveja de Miranda, devido à condição social superior que este possui em relação a ele. Para tornar-se mais rico que o oponente, ele desenvolve um trabalho árduo. Um acontecimento, no entanto, traz mudanças à vida de Romão, isso ocorre quando Miranda é nomeado barão.

O que era um sonho Virou um Pesadelo . Talvez devido a Expectativa exagerada . Desilusões também nos ensinam a Crescer.

Cabeça-de-gato

Forma-se um novo cortiço perto dali, recebendo o apelido de "Cabeça-de-gato" pelos moradores do cortiço de João Romão. Estes, por sua vez, os apelidam de "Carapicus", o que já indica a competição e a rincha entre eles.

Com as devidas peculiaridades históricas, os problemas de moradia, trabalho e saúde parecem mais atuais do que nunca. Vivenciamos, passados 131 anos do lançamento do Cortiço, sob a batuta da exploração no trabalho, sem acesso à moradia, alimentação e saúde dignas.

Enraizado na nossa cultura e registrado no clássico de Aluísio Azevedo, cortiços eram moradias insalubres e dilapidadas, onde doenças se proliferavam, onde habitava a escória da sociedade e onde proprietários exploravam os moradores com aluguéis abusivos.

Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete horas de chumbo.