O que Hannah Arendt escreveu sobre o julgamento?

Perguntado por: rreal8 . Última atualização: 30 de abril de 2023
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Resumo – Hannah Arendt escreveu que o “mal banal” origina-se da incapacidade do indivíduo para pensar. Porém, pode-se perguntar se o mal não pode se originar da falta de julgamento. ou seja, o indivíduo comete atos maus porque não averigua os dados, não os avalia.

Com relação a essas críticas, argumento que, frente à ruptura da tradição, Arendt exercita um pensamento “sem amparos”, nem dialético nem esquemático, mas que simultaneamente distingue e relaciona conceitos opostos, tornando-os inteligíveis por meio de sua confrontação e complementaridade.

O conceito de “Banalidade do Mal”, aprofundado por Hannah Arendt no livro “Eichmann em Jerusalém”, trouxe-lhe as críticas da comunidade judaica e também a polémica que ainda se mantém.

Segundo Hannah Arendt, a Banalidade do mal é o fenômeno da recusa do caráter humano do homem, apoiado na recusa da reflexão e na tendência em não assumir a iniciativa própria de seus atos.

Hannah Arendt, a partir do julgamento de Adolf Eichmann, em 1961, propõe uma análise da banalização do mal na sociedade. Para ela, a maldade não se dá por causa da natureza de caráter ou de personalidade, mas sim pela incapacidade de julgar e conhecer as situações, os fatos, as estruturas e o contexto.

Arendt defendia um conceito de "pluralismo" no âmbito político. Graças ao pluralismo, o potencial de uma liberdade e igualdade política seria gerado entre as pessoas. Importante é a perspectiva da inclusão do Outro.

Em seu livro Origens do totalitarismo, Arendt expõe pela primeira vez sua crítica ao caráter universalista dos direitos humanos e ao que considerou o grande paradoxo dos direitos humanos, que consiste em declarar certos direitos como universais e permitir que se façam leis de exceção que retirem parte dos direitos de ...

Como usar o repertório? Você pode usar esse repertório em qualquer redação, basta citar que o mal já está tão presente na sociedade que ela a considera como normal, não fazendo uma ação para mudar de realidade. Por sua vez, esse mal pode ser o tema principal da redação, que por via de regra, sempre é um problema.

A liberdade é entendida por Arendt como a manifestação do ser humano no espaço público, cujo aparecimento é mediado pela linguagem sem coação, na pluralidade, na singularidade, visando a ação.

Ao começar sua obra, “A condição humana”, Hannah Arendt alerta: condição humana não é a mesma coisa que natureza humana. A condição humana diz respeito às formas de vida que o homem impõe a si mesmo para sobreviver. São condições que tendem a suprir a existência do homem.

Eichmann era um ser humano normal, bom pai de família, não possuía nenhum ódio ao povo judeu e não era motivado por uma vontade de transgredir ou por qualquer outro tipo de maldade. No entanto, viabilizou o assassinato de milhões de pessoas. Foi justamente isso que levou Arendt a usar o termo banalidade do mal.

Para Arendt, Eichmann era uma figura comum, normal, sem qualquer virtude específica para além da capacidade notável de organização e de negociação.

Arendt afirma que o isolamento é a característica do Homo Faber, daquele que produz as coisas humanas e, por isto, está em contato com o mundo como obra humana (2006, p. 527). A partir destes dados é possível perceber que as tiranias e ditaduras investem contra a política e a formação do poder.

Ela se sentiu espantada ao ver que Eichmann não era o q ela imaginava. Ele era um ser humano comum, normal como qualquer outro, pai de família e um funcionário. Eichmann era responsável pelo envio dos judeus aos campos de concentração, despachando-os nos trens.

Segundo Arendt, a perseguição dos judeus teria sido um pretexto para ganhar as massas, ou seja, um interessante recurso de demagogia, como uma espécie de proxy conveniente. Aquele totalitarismo na Alemanha tinha, afinal, a ver com terror e coerência - não com a erradicação dos judeus apenas.

Hannah Arendt

O conceito de banalidade do mal foi inaugurado pela filósofa Hannah Arendt no livro Eichmann em Jerusalém, publicado em 1963, em que a autora descreve suas percepções sobre o julgamento de um oficial nazista.

Hannah Arendt chegou à conclusão sobre o mal de Eichmann. O mal que ele praticava não era um mal demoníaco, mas era um mal constante que fazia parte da rotina dos oficiais nazistas como instrumento de trabalho. Ou seja, a banalidade do mal é um mal que virou comum de ser praticado.

O mal torna-se banal quando o membro de uma organização, seja ela política, empresarial ou mesmo não lucrativa, separa os seus valores éticos individuais do comportamento duvidoso assumido sistematicamente pela organização com a qual é cúmplice.