O que foram os sofistas?

Perguntado por: yramos . Última atualização: 3 de maio de 2023
4.2 / 5 20 votos

Os sofistas eram conhecidos na Grécia como sendo tutores ou professores itinerantes, pois percorriam as cidades-estados levando conhecimento e ensinando a arte da retórica e argumentação aos indivíduos que desejassem pagar pelo conhecimento.

Os sofistas correspondem aos filósofos que pertenceram à “Escola Sofística” (IV e V a.C). Composta por um grupo de sábios e eruditos itinerantes, eles dominavam técnicas de retórica e discurso, e estavam interessados em divulgar seus conhecimentos em troca do pagamento de taxa pelos estudantes ou aprendizes.

Os sofistas foram sábios que atuavam como professores ambulantes de filosofia, ensinando, a um preço estipulado, a arte da política, garantindo o sucesso dos jovens na vida política. Eles ensinavam a arte da retórica.

Uma das principais criticas aos sofistas era a de que sua posição baseava-se apenas em verossimilhança, quando um argumento parece verdadeiro, mesmo que não o seja. O objetivo dos sofistas seria, pela visão de filósofos como Aristóteles, apenas o de vencer o debate, sem preocupar-se com a busca pela verdade.

Os sofistas eram considerados mestres da retórica e da oratória, acreditavam que a verdade é múltipla, relativa e mutável.

Os sofistas perceberam que os valores não eram “naturais”, mas resultado das próprias convenções humanas, que variam de cada povo e agrupamento de pessoas. Deste modo, negavam a existência de uma única verdade.

Sócrates foi inimigo direto da propositura filosófica dos sofistas. Considerou os sofistas como não filósofos, sendo estes apenas professores de retórica e que em nada contribuíam com o futuro de Atenas.

Diferentemente dos sofistas que costumavam nutrir a arrogância de saber tudo sobre todas as coisas, Sócrates confessava só saber uma única coisa: que nada sabia. Pode-se pensar que tal confissão era uma nítida evidência de falsa modéstia, porém não se tratava disto.

Sócrates criticou os sofistas também por sua pretensão de saber ilimitado — um saber não-fundamentado que, em realidade, corrompia a alma dos jovens. Isso acontece porque o discurso dos sofistas era independente do pensamento.

Os argumentos levantados permitiram concluir que os sofistas nos proporcionaram um grande legado à educação, de maneira a considerar o vasto universo político, cultural e as necessidades enfrentadas socialmente para a construção de uma pedagogia cada vez mais plural e significativa.

A maior contribuição dos sofistas foi, certamente, utilizarem-se da razão para ajudar a colocar o ser humano em seu devido lugar, ou seja, no centro das atenções.

Por exemplo: uma contradição camuflada pode ser encarada como sofisma se quem a avaliar julgá-la sutil. Outro pode considerá-la grosseira e rotulá-la como simples mentira, equívoco, contradição. Fatores que favorecem o efeito de ilusão do sofisma: Uso de forma de silogismo.

A contribuição dos sofistas para a democracia grega
Por meio do ensino da areté política, os sofistas possibilitaram aos demais cidadãos que participassem ativamente dos assuntos relacionados à pólis e ocupassem cargos de destaque, antes restritos à classe aristocrática.

Protágoras

I – Protágoras é considerado o “pai dos sofistas”, uma vez que seus discípulos seguiam a sua frase citada acima.

Os sofistas, acreditando que a verdade era construída pelo homem, apostavam na oratória e na erística para garantir o sucesso dos cidadãos nos assuntos públicos da sociedade. Em vez disso, os filósofos foram atrás do conhecimento verdadeiro. Para isso, eles ensinaram a pensar de forma lógica e coerente.

A crítica que Platão faz aos sofistas é fundamentalmente pelo fato de que só ensinam os meios para alcançar um fim sem visar os aspectos morais.

Os Sofistas, com efeito, operaram verdadeira revolução espiritual (deslocando o eixo da reflexão filosófica da physis e do cosmo para o homem e àquilo que concerne à vida do homem como membro de uma sociedade) e, portanto, centrando seus interesses sobre a ética, a política, a retórica, a arte, a língua, a religião e a ...

De acordo com Platão, os sofistas não eram considerados filósofos e sim mercenários. Para saber mais sobre os filósofos gregos, acesse os links: 04) Platão e Aristóteles contrapuseram-se aos sofistas, ao não defender o homem como medida de todas as coisas.

Alguns filósofos dizem que “sofisma” é um argumento com dolo, isto é, construído com a intenção consciente de enganar o interlocutor, enquanto que “falácia” seria um argumento sem dolo, isto é, construído sem a intenção de enganar, mas enganoso do mesmo jeito.

Os sofistas provocavam fortes discussões na sociedade ateniense, ao afirmarem que não havia normas absolutas para estabelecer o que é justo e o que não é. Os sofistas dominavam a arte da oratória -a arte de bem falar, ensinavam-na em troca de pagamento.