O que faz a mandioca ficar amarga?

Perguntado por: lmeireles . Última atualização: 17 de maio de 2023
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A mandioca-amarga ou brava possui alto teor de ácido cianídrico (quantidade de linamarina maior que 100 mg/kg), extremamente tóxico ao homem e aos animais. Quando a linamarina sofre a ação de enzimas externas ou existentes na própria raiz, surge o ácido cianídrico, com alto ou baixo grau de toxidade.

É necessário cortar e descascar as raízes em pequenos pedaços e cozinhá-los para que as substâncias tóxicas sejam eliminadas. Com a mandioca-brava é diferente. Ela conserva elevado teor de precursores do ácido cianídrico.

A macaxeira também é conhecida como mandioca mansa ou aipim, e possui menos de 50 mg de HCN por kg de raiz fresca sem casca. Já a mandioca, ou mandioca brava, apresenta acima de 100 mg de HCN por kg de raiz fresca sem casca. E não adianta tentar fazer essa identificação só no “olhômetro”, como explica a pesquisadora.

Apesar de se parecer muito com a mandioca comum, também chamada de aipim ou macaxeira, a mandioca brava não pode ser consumida frita ou cozida, devido à alta quantidade de toxina presente nela.

Tanto a mandioca de mesa quanto a mandioca brava podem apresentar pele branca ou rosada, caule verde ou rosado ou alguma característica semelhante nas raízes.

Mandioca Mansas vs Mandioca brava
Por isso a macaxeira pode ser consumida após ser cozida, já a mandioca brava somente se for torrada, que é na fabricação da farinha ou, após passar por um período longo de cozimento”, explicou.

Produzidos a partir da mandioca, a farinha, o tucupi e a maniva possuem compostos de cianeto, como o ácido cianídrico, uma substância tóxica. O modo de preparação desses produtos, no entanto, proporciona a eliminação do veneno e torna esses alimentos adequados para o consumo humano.

As mandiocas consideradas bravas têm sabor amargo, e elevado teor de glicosídeos cianogênicos, e podem ser consumidas após o processamento. As consideradas mansas não têm sabor amargo, contêm baixo teor de glicosídeos cianogênicos e podem ser consumidas com ou sem qualquer processamento.

Não existe nenhum tipo de contraindicação para o consumo desse alimento, mas um cuidado importante precisa ser tomado. "A mandioca não pode ser consumida crua", alerta a nutricionista. Algumas espécies de mandioca possuem uma substância chamada ácido cianídrico, que pode causar intoxicação por ingestão.

A substância tóxica da mandioca é conhecida como glicosídeo cianogênico. No entanto, ela é encontrada em menor quantidade na mandioca-mansa. A mandioca crua não deve ser consumida, e mesmo quando mal cozida, ela pode apresentar toxicidade.

Também, na hora do cozimento, as variedades bravas normalmente não amolecem, já as variedades mansas amolecem, como o aipim manteiga, depois de uns 10 ou 15 minutos cozinhando”, ensina Joselito.

Mandioca-mansa (ou de mesa): é a que encontramos em supermercados e feiras e chamamos de aipim, macaxeira etc. Menos fibrosa e de mais fácil cozimento, tem baixo nível de ácido cianídrico e é perfeita para consumo.

A Paraíba detém o título de produzir a melhor mandioca do mundo. E não é lenda e nem jogada da marketing.

Mandioca-brava (amargosa ou industrial): colhida tardiamente, a mandioca-brava contém elevado grau de ácido cianídrico e, para ser consumida, precisa passar por processos de secagem ou de longo cozimento, a fim de eliminar a substância. Ela é utilizada na indústria para a fabricação de farinha, polvilho e fécula.

A mandioca recebe um nome em cada região brasileira. É por isso que você encontra por aí a macaxeira e o aipim, mas todos se referem ao mesmo alimento.

Esse problema nada mais é do que uma defesa da planta, da raiz, para evitar perda da água. O azulamento começa a ocorrer nos vasos que levam a água do solo para as raízes da mandioca. Isso acontece com todas as variedades, com maior ou menor intensidade.

A mandioca rosada, depois de cozida, adquire uma coloração avermelhada. A mandioca rosada traz como benefício a prevenção de câncer de próstata, de acordo com o pesquisador bioquímico de plantas Luiz Joaquim Carvalho. Já o material de cor amarela mais intensa tem betacaroteno, vitamina A.

Para o bom desenvolvimento das raízes, o solo ideal para o cultivo de mandioca é o de textura média, entre franco-arenosa e argilo-arenosa. Mas, de modo geral, o que se deve levar em conta é a boa drenagem do solo.