O que faz a inflação subir ou descer?

Perguntado por: vcapelo . Última atualização: 19 de fevereiro de 2023
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Um aumento nos índices de inflação pode ser influenciado por diferentes causas, que podem ser agrupadas em quatro grandes grupos: 1) aumento na demanda; 2) aumento, ou pressões, nos custos de produção; 3) inércia inflacionária e expectativas de inflação; e 4) aumento de emissão de moeda.

Oferta e procura
Um dos fatores mais conhecidos, representa a alta da inflação quando a procura é maior do que a oferta, o que pode levar o consumidor a pagar o preço necessário para adquirir um bem ou serviço.

A inflação ocorre quando se verifica um aumento geral dos preços dos bens e serviços, não apenas de artigos específicos. Significa que, com 1 euro, se compra menos hoje do que ontem. Por outras palavras, a inflação reduz o valor da moeda ao longo do tempo.

Então, para controlar a inflação, o governo precisa reduzir a necessidade de se financiar com emissão de moeda. Para isso, precisa ajustar suas finanças, cortando gastos e/ou aumentando impostos, num processo permanente.

Acontece que injetar dinheiro na economia de forma descontrolada faz a inflação subir, afinal, quando o volume de dinheiro em circulação é maior do que a oferta de produtos e serviços, ocorre uma escassez, ou seja, uma inflação da demanda. Logo, o mercado precisa ajustar os preços para recuperar seu equilíbrio.

Resumindo: se os juros caem, o crédito fica mais barato e os investimentos remuneram menos. Isso favorece o consumo, uma vez que as pessoas podem comprar mais. Do outro lado da moeda, os juros altos acabam reduzindo o consumo, o que contribui para a queda da inflação.

Não há dúvida de que a inflação continuará a pesar no bolso de milhões de cidadãos em 2023, mas deve registrar uma queda lenta nos próximos 12 meses. Quando esse período terminar, o FMI espera que a inflação mundial caia para 4,7%, pouco menos da metade do nível atual.

Já no caso brasileiro, o limiar encontrado no exercício não é um valor distante da atual meta, que é de 3,25% neste ano e 3% a partir de 2024. “O ideal, do ponto de vista da forma como as pessoas interagem com a inflação, seria manter abaixo desses 3,7%”, diz Oliveira.

As outras vezes em que a inflação ficou menor no Brasil foram em janeiro de 1999 e em alguns meses entre junho de 2006 e novembro de 2007. Foram dois períodos em que os índices de preços estiveram em baixa em todo o mundo.

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Desde a implementação do Plano Real, em 1994, o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), de 1995 a 1998, foi aquele com o maior IPCA acumulado. O índice alcançou 43,46% nesses quatro anos.

Existem casos em que os governos tentam controlar a inflação à força. Isso ocorre por meio do congelamento de preços de bens e serviços, por exemplo. Isso ocorreu no Brasil durante o Plano Cruzado, em 1986, por exemplo. Na época, os preços de bens e serviços foram tabelados pelo governo.

Elevação da demanda ou redução da oferta por determinados produtos ou serviços. Encarecimento da energia elétrica por fatores naturais ou não. Impactos climáticos na produção do campo, sobretudo dos alimentos. Crescimento no preço das commodities (petróleo, minério, trigo, carne, etc).

Em geral o governo estabelece um Banco Central (BC) independente com um mandato de estabilidade de preços e determinando uma meta de inflação. Caberá ao BC manejar a política monetária (o oferta de moeda) com objetivo de manter a medida de inflação (o índice de preços) o mais próximo possível da meta.

Não existe somente uma razão para explicar essas altas, mas sim uma combinação de três fatores: inflação, real desvalorizado e oferta e demanda.

A economia brasileira tem a característica de ser concentrada no Estado. O estado brasileiro tem participações em mais de 650 empresas, envolvidas em um terço do PIB nacional. O país adota uma forma de Capitalismo de Estado.

Alta do dólar e desvalorização do real
Outro fator decisivo para o aumento de preços no Brasil é a desvalorização do real frente ao dólar. Em 2020, o real foi a moeda que mais perdeu valor em relação à moeda americana, com uma perda de 28%, conforme divulgado na BBC.