O que é o self para Winnicott?

Perguntado por: emenezes . Última atualização: 26 de maio de 2023
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Segundo Winnicott (1960/1983), o verdadeiro self surge assim que há qualquer organização psíquica na pessoa. Logo, o conceito de verdadeiro self remeteria aos rudimentos - antes de haver uma separação entre interior e exterior - do que posteriormente constitui a realidade interna da criança.

O self é descrito como instância psíquica fundamental que contém os elementos que compõem a personalidade, mas não contém o núcleo da existência genuína do indivíduo. Assim, o protagonista da existência é o "ser interior", e o self atua como coadjuvante principal na formação da personalidade.

De acordo com Carl Jung, o criador da psicologia Analítica, o Self pode ser descrito como a nossa essência ou aquilo que existe de único e peculiar na nossa personalidade. Muitas culturas, religiões e tradições filosóficas o reconhecem também como sendo a alma ou o espírito.

O self se constitui por meio de processos de internalização ativa dos sistemas simbólicos da cultura que, por sua vez, modifica-se ao longo do tempo através das ações externalizadas de cada pessoa, em suas interações sociais.

Significado de self: Si mesmo (ing.

Em relação à função da mãe na adaptação às necessidades do seu bebê, Winnicott (1988/2006) assinala três “tarefas” principais: o holding, o handling e a apresentação de objetos.

Para Winnicott, todo indivíduo possui uma tendência inata ao amadurecimento e, para que essa tendência se concretize, é necessária a adaptação do meio ambiente ao bebê e suas necessidades (Outeiral, 2005).

Linha winnicottiana (Escola inglesa)
Para Winnicott, o ser humano não é apresentado como um objeto da natureza, mas sim como uma pessoa que, para existir, precisa do cuidado e da atenção da figura materna.

No ponto mais profundo de nossa mente inconsciente, encontra-se o Self, que é a totalidade do que somos; já em nossa mente consciente, em seu ponto mais raso, encontra-se o ego, que é apenas uma pequena parte de nossa psique.

Para Jung o self pode ser compreendido como a imagem da totalidade da psique, como seu centro e também como símbolo dessa unidade, abrangendo consciente e inconsciente e o próprio eu.

Cooley (1902) definiu o self social como qualquer idéia ou sistema de idéias retirado da vida comunicativa que a mente mantém como se fosse seu próprio sistema.

Ou seja, pode ocorrer uma grande diferenciação entre o self ideal, que seria aquele percebido pelo sujeito que está dentro de uma ideia da qual ele gostaria de ser. E o real que seria o que de fato ele vivencia, experienciando e simbolizando o que é percebido. O termo self5 foi utilizado por Rogers et al.

O “eu” (self) pode ser ideal (quando o indivíduo tem uma percepção e conceito do que ele gostaria de ser) ou real (quando de fato ele vivencia um estado de acordo interno entre o sentido e o simbolizado) (Castelo Branco, 2019, p. 88). Essas condições de valor são determinadas pelas pessoas-critério.

O self é a parte autorreferencial do nosso ser.
Representa o sentido da nossa identidade e depende de vermos a nós mesmos como protagonistas das nossas experiências de vida.

* Self tem a ver com algo relacionado com si mesmo, com a própria pessoa que fala, também usado em palavras como self-service, indicando um serviço em que a própria pessoa pode realizar; * Selfie Fotografia que alguém tira de si mesmo: tirei várias selfies hoje.