O que é o realismo político de Maquiavel?

Perguntado por: ifigueiroa . Última atualização: 20 de maio de 2023
4 / 5 18 votos

O realismo político de Maquiavel é o reconhecimento da condição de que a realidade dos fatos é composta de astúcia, força, violência, falsidade, dissimulação (algo bem longe do moralismo pregado pela tradição cristã). O reconhecimento de uma política que não dispensa a manobra, o jogo de aparências.

O realismo político pressupõe que os interesses devem ser mantidos pelo exercício do poder e que o mundo se caracteriza por centros de poder em competição. Na política internacional, a maior parte dos teóricos políticos enfatizam o estado-nação como o agente relevante, enquanto os marxistas se concentram nas classes.

Maquiavel defende a ideia de que um estado forte depende de um governante eficaz, e para que ele seja bom, ele deve ter boas habilidades políticas. Para ele, são características relevantes de um bom príncipe, ser bondoso, caridoso, religioso e ter moral.

A característica principal do Realismo é a de mostrar os fatos da maneira mais objetiva, sem abordagens excessivamente subjetivas, fantasiosas ou idealizadoras. É por isso que o realismo se aproxima dos procedimentos científicos, privilegiando a razão e o conhecimento que advém da observação direta dos fenômenos.

Características do realismo
Valorização da objetividade e dos fatos. Impessoalidade, apagamento das ideias do autor. Descrições de tipos sociais ou situações típicas.

Nicolau Maquiavel foi o pioneiro das teorias contratuais, em suas obras defendia o Estado como uma instituição nascida do contrato entre o povo e o príncipe.

A adoção de uma ou outra variava de acordo com o contexto político e social: se o momento fosse de tranquilidade, paz e estabilidade, a monarquia seria o melhor governo; se de convulsão e de conflitos extremos, a república corresponderia à melhor alternativa.

As raízes do realismo político são reconhecidas desde a antiguidade clássica, em Tucidides, no seu relato da guerra de Peloponeso. Porém, é a partir de Maquiavel que o realismo ganha maior difusão e complexidade.

Para Maquiavel, só existiam duas formas de governo, a saber, república e principado; já Montesquieu percebeu três formas de governo, sendo elas república, monarquia e despotismo. As formas de governo estabelecem o modo como a política organiza-se.

As principais características do Realismo remetem a uma oposição ao movimento artístico anterior, o Romantismo. Nesse sentido, opondo-se à idealização amorosa, os realistas representavam figuras humanas profundas, que fugiam aos estereótipos de herói, da amada ou do vilão, típicos dos românticos.

Maquiavel acreditava que a conquista de todos os principados por apenas um príncipe era a chave para um período longo de paz e nacionalismo.

O príncipe deve aprender a não ser muito bom e piedoso, assim como deve ser prudente e fugir dos vícios que o levariam a perder seu poder. De acordo com Maquiavel, é melhor que o príncipe seja mais temido do que amado. Segundo ele, o governante temido mantém o povo em paz, unido e leal.

A origem do Realismo
Nesse período, os países europeus passavam pela Segunda Revolução Industrial, período de bastante movimentação cultural, social e política. A época também foi marcada pelo pensamento científico, tecnológica e filosófico, que se traduzem nas escritas e nas esculturas.

Essa é uma das características mais marcantes desse movimento artístico. A obra produzida nesse período retratava a realidade da vida em sociedade. As transformações sociais e políticas que aconteceram no períodos e as desigualdades sociais que surgiram a partir disso foram os temas mais presentes no realismo.

O Realismo no Brasil teve início no ano de 1881, quando Machado de Assis (1839-1908), que, até então, era um escritor romântico, publicou a obra realista Memórias póstumas de Brás Cubas.

O termo “maquiavélico” sempre esteve associado à astúcia, falsidade e má-fé. Foi empregado, por exemplo, para caracterizar governos despóticos e políticos corruptos. Os dicionários apontam esse termo como “astuto”, “ardiloso”. De fato, o nome de Maquiavel foi considerado uma ameaça às bases morais da vida política.