O que é o determinismo no Naturalismo?

Perguntado por: imorgado . Última atualização: 20 de maio de 2023
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Determinismo: segundo essa corrente teórica, a natureza determina o caráter e o comportamento do ser humano, uma vez que tudo já está pré-determinado e estabelecido. Por essa perspectiva, o homem é influenciado pelo meio em que vive, sendo fruto dele.

O Naturalismo é um estilo de época surgido na segunda metade do século XIX, na Europa. Suas principais características são o determinismo e a zoomorfização, elementos que o diferenciam do Realismo. Porém, ambos os estilos apresentam linguagem objetiva, crítica social e falta de idealizações.

A existência humana é abordada pelos naturalistas de uma forma bastante objetiva e materialista. O homem é, portanto, visto como um produto biológico que age de acordo com os instintos, sendo, pelo naturalismo, comparado com os animais.

Em suas obras, os escritores naturalistas faziam críticas sociais contra a injustiça e a opressão, com o objetivo de que houvesse uma transformação do que eles acreditavam que estava incorreto. Essas obras também ganharam influência das teorias científicas da segunda metade do século XIX.

A descrição minuciosa das relações sexuais e das cenas de obscenidades entre as personagens, a falsificação da arte e a má assimilação do modelo naturalista francês foram alguns dos principais argumentos utilizados pela crítica para depreciar esse estilo literário do final do final do século XIX.

A corrente naturalista sustenta que a natureza é formada pela totalidade das realidades físicas existentes e, por conseguinte, é o princípio único e absoluto do real. Para o naturalismo filosófico, todo o real é natural e vice-versa. Não existe outra realidade que não a natureza.

A Teoria Naturalista, ou Teoria Causalista da Ação, parte da premissa de que a conduta do agente delitivo toca-se de vontade, mas não se aventa, para fins de averiguação da tipicidade do ato, da existência ou não de uma motivação abrangente do resultado ilícito que a tutela penal resguarda.

As obras do Naturalismo traziam temas como: miséria, violência, crimes, patologias humanas, sexualidade, adultério, dentre outros. Aluísio de Azevedo foi o primeiro escritor brasileiro a escrever uma obra no estilo naturalista, no Brasil. O romance "O mulato" tem como o tema principal o preconceito racial.

Ao fundar no determinismo do meio sua tese de que o mulato pode “europeizar-se”, Aluísio filia seu discurso antirracista à formação discursiva positivista. De um lado, acredita no progresso, na passagem para o estado positivo; de outro, vê o homem como alguém determinado pelo meio, pela hereditariedade e pelo momento.

As principais obras brasileiras desse estilo de época foram: O cortiço, O Ateneu e Bom-crioulo.

Função Naturalista: A obra é encarada como um espelho, que reflete a realidade e nos remete diretamente a ela. Em outras palavras, a obra tem função referencial de nos enviar para fora do mundo artístico, para o mundo dos objetos retratados. Essa atitude perante a arte surge bastante cedo.

O naturalismo no Brasil é marcado pelo determinismo e pela zoomorfização. A primeira obra naturalista brasileira é O mulato, de Aluísio Azevedo, publicado em 1881. Aluísio Azevedo é o principal autor do naturalismo no Brasil.

Émile Zola foi o principal impulsionador da literatura naturalista. Influenciado pelas teorias científicas da época, buscou transferir o rigor das análises científicas para as obras de ficção. Foi então que em 1867 publicou a obra “O Romance Experimental”, que foi encarada como um grande manifesto do movimento.

O Naturalismo sofreu forte influência das teorias científicas que dominavam o cenário europeu na segunda metade do século XIX, como o socialismo, o positivismo e o darwinismo. No romance naturalista, o narrador se comporta como um cientista, que observa os fenômenos sociais como quem observa uma experiência científica.

Enquanto escola artística do século XIX o naturalismo está ultrapassado sob vários aspectos. Todo aquele determinismo cientificista que compreendia, por exemplo, o homem enquanto refém do meio social, foi ultrapassado pelas transformações estéticas libertárias da arte de vanguarda.