O que é considerado abandono paterno?

Perguntado por: afernandes . Última atualização: 1 de fevereiro de 2023
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Quando os pais ou responsáveis não cumprem seu dever de cuidado e criação dos filhos.

O abandono afetivo consiste na prática de negligenciar afetivamente os filhos. Ou seja, um dos genitores, ou até mesmo os dois, não prestam assistência psíquica, moral e social aos filhos. Além disso, omitem cuidados referentes a criação e educação deles.

Estatuto da criança e adolescente prevê penalizações para pais ausentes. Pais que, após o divórcio, deixam de visitar os filhos, podem ser penalizados pela justiça, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Não há como obrigar um pai a amar um filho, mas a legislação lhe assegura um direito de ser cuidado. Os responsáveis que negligenciam ou são omissos quanto ao dever geral de cuidado podem responder judicialmente por terem causado danos morais a seus próprios filhos.

Quais as consequências disso? Os pais ausentes podem gerar baixa autoestima, ansiedade, insegurança, desnutrição, problemas de obesidade, dentre tantas outras coisas.

O Código Penal prevê no caput, do art. 133, que: “Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono: Pena – detenção, de seis meses a três anos”.

O abandono paterno é uma realidade de proporções assustadoras no Brasil. De acordo com levantamento da Central Nacional de Informações do Registro Civil (CRC), em 2020, 6,31% das 1.280.514 que nasceram crianças foram registradas apenas com o nome das mães nas certidões de nascimento.

Saídas rápidas à padaria ou ao supermercado, em que os pais deixam o filho sozinho em casa, podem ser configuradas como de abandono de incapaz. Por lei, isso vale para adolescentes de até 16 anos, quando eles adquirem certa autonomia e passam a responder por seus atos em conjunto com os pais.

A falta de cuidados e afeto oriundas da paternidade responsável é a característica do abandono que pode apresentar-se de diversas formas. Rodrigues (2004) dispõe que o abandono não consiste em apenas deixar a criança sem assistência material, e sim qualquer descaso intencional por sua educação, moralidade e criação.

A negligência familiar é caracterizada pelo abandono material dos pais ou detentores do poder familiar no que tange ao cuidado, dever de educação, guarda e sustento de crianças e adolescentes.

Nos casos em que há a recusa do pai em reconhecer o filho, mesmo com o resultado positivo do teste de DNA, há a necessidade de propositura de ação de investigação de paternidade para que o reconhecimento seja postulado em Juízo.

O abandono afetivo paterno pode causar ao filho um dano psicológico profundo e irreversível, o que, talvez, influenciaria ne- gativamente na sua identidade.

A prática caracteriza-se como toda interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos pais, pelos avós ou por qualquer adulto que tenha a criança ou o adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância.

Como ajudar a criança a lidar com um pai (ou mãe) ausente

  1. Responda com sinceridade. ...
  2. Inclua a criança na conversa. ...
  3. Respeite os sentimentos. ...
  4. Não a vitimize. ...
  5. Mostre as características positivas. ...
  6. O acompanhamento psicológico é necessário? ...
  7. Deixando as portas abertas para o pai ou mãe ausente.

Outro ponto importante é que, o impedimento de visitas do pai ao filho só poderá ocorrer quando a convivência com o pai ofereça riscos a integridade da criança. Nesta hipótese, será dever da mãe iniciar um processo judicial requerendo que seja revisto o direito de visitas do genitor ao menor.