O que é cacau dos Astecas?

Perguntado por: ioliveira . Última atualização: 20 de janeiro de 2023
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O cacau era uma fruta tão valorizada pelos astecas, que a consideravam um presente dos deuses e suas sementes eram usadas até como moeda de troca. Figura 1 - Desenhos astecas retratando o uso do chocolate na forma de bebida.

O cacau já era usado pelos astecas para fazer uma bebida considerada sagrada há mais de 2000 anos. Junto com a semente, era acrescentado mel e baunilha. A mistura recebeu o nome de tchocoatl e deixou o espanhol Hernán Cortez, recém-chegado ao México, muito interessado na receita. E não era para menos.

O chocolate asteca chamava-se xocolatl ou chocoatl (água amarga), e levava até pimenta. Foi na Europa que o mesmo acabou sendo aprimorado.

Diferentemente do que se imaginava, o cacau tem origem amazônica - e não centro-americana - e já era consumido há 5,5 mil anos, aponta uma pesquisa desenvolvida por vários arqueólogos equatorianos e franceses, que chegaram a encontrar restos de uma grande cultura no sudeste do Equador.

Acredita-se que Cortés tenha descoberto o chocolate durante uma expedição às Américas. Quando buscava ouro e riquezas, encontrou uma chávena de cacau oferecida pelo imperador Asteca. Quando Cortés voltou para casa, introduziu as sementes de cacau em Espanha.

Moctezuma II Xocoyotzin é conhecido na história do mundo como o governante asteca quando os invasores espanhóis e seus aliados indígenas começaram a conquista do Império Asteca em uma campanha de dois anos (1519-1521).

A religião da população asteca era politeísta – acreditavam em muitos deuses. Adoravam deuses da natureza como: deus Sol, deus Lua, deus Trovão, deus Chuva e também uma serpente emplumada que simbolizava uma deusa.

O milho constituía a base alimentar do povo asteca. Através do preparo dos grãos produziam panquecas que eram recheadas por grãos secos, pequenos insetos, girinos e peixes. Outro alimento bastante utilizado era o cacau de onde se extraía uma bebida chamada xocoalt, que mais tarde deu origem ao chocolate.

O cacau apresenta três variedades: forasteiro, crioulo e trinitário.

No Brasil, para indígenas yanomami e ye'kwana, o chocolate também é sinônimo de vida nova. Os índios transformaram a cultura tradicional do cacau, já utilizado nas comunidades como remédio, em alternativa de sustento e luta contra o garimpo que assola a terra indígena Yanomami nos estados de Roraima e Amazonas.

O cacau chegou à Bahia em 1746, quando um colonizador francês que vivia no Pará, Luiz Frederico Warneau, enviou algumas sementes da variedade “Forastero” (do grupo Amelonado) ao fazendeiro baiano Antonio Dias Ribeiro, que as semeou no município de Canavieiras. Em 1752, foram plantadas as primeiras sementes em Ilhéus.

Maias e astecas faziam bebida de cacau com milho e pimentão (Foto: Divulgação/Wikimedia Commons) Eterno símbolo do desejo, o chocolate (que já invade os mercados em forma de ovos de Páscoa) é hoje encontrado em quase tudo: batom, chapinha, shampoo, perfume - e em diferentes formatos, cores, sabores e preços.

Considerado um presente dos deuses, o cacau para os antigos maias era considerado sagrado, usado não apenas como moeda, mas em cerimônias especiais e rituais religiosos. É a planta progenitora do chocolate, e noções de luxo estão embutidas em sua tradição.

Os maias antigos não faziam barras de chocolate, nem acrescentavam açúcar ou leite ao cacau. Em vez disso, consumiam o seu chocolate como um elixir cerimonial e como um saboroso potenciador de humor. Para os maias, o cacau era um presente sagrado dos deuses e os grãos de cacau eram usados como moeda de troca.