O que é a dialética platônica?

Perguntado por: hfogaca . Última atualização: 3 de maio de 2023
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Platão define a dialética como a arte de pensar, questionar e hierarquizar ideias. O termo dialética é utilizado por Platão na referência a qualquer método que possa ser recomendado como veículo da filosofia. Para Platão, a dialética é um instrumento que permite o alcance a verdade.

A educação, segundo a concepção platônica, visava a testar as aptidões dos alunos para que apenas os mais inclinados ao conhecimento recebessem a formação completa para ser governantes.

Em Sócrates, a dialética era usada como método de ensino para descobrir as contradições do pensamento, provocando no discípulo a eclosão do conhecimento – a maiêutica. criação do princípio de contradição.

Para Aristóteles, o dualismo platônico entre mundo sensível e mundo das ideias era um artifício dispensável para responder à pergunta sobre o conhecimento verdadeiro. Nossos pensamentos não surgem do contato de nossa alma com o mundo das ideias, mas da experiência sensível.

Para um dos filósofos mais influentes na carreira de Marx, Hegel, dialética é uma forma de pensar a realidade em constante mudança por meio de termos contrários que dão origem a um terceiro, que os concilia.

Dialética é uma palavra com origem no termo em grego dialektiké e significa a arte do diálogo, a arte de debater, de persuadir ou raciocinar. Dialética é um debate onde há ideias diferentes, onde um posicionamento é defendido e contradito logo depois.

O propósito do método dialético é resolver os desacordos através de discussões racionais, e, em ultima análise, a busca pela verdade. A forma herdada de Sócrates para proceder tal discussão é mostrar que uma dada hipótese leva a contradições, então, forçar a retirada da hipótese como candidato a verdade.

Heráclito

Por pensar assim, Heráclito é considerado o “pai” da dialética. Existem divergências quanto à obra de Heráclito, pois os estudiosos convencionaram que ele teria escrito uma obra completa, chamada Sobre a natureza.

Platão (427-347 a.C.)
Tente mover o mundo - o primeiro passo será mover a si mesmo.

Platão concebia a filosofia em três níveis , três disciplinas filosóficas: Dialética, incluindo a Filosofia do conhecimento ( a verdade) e metafísica (o ser). Física, entendida como o conjunto de todas as ciências naturais e psicológicas. Ética, o conjunto do comportamento moral.

Entende-se, na lógica de Platão, a cidade justa deve ser governada e administrada pelos filósofos e pelos homens da ciência. Cada classe cumprirá sua função para o bem da polis.

Dialética Socrática
A dialética de Sócrates, que influenciou o pensamento de Platão, ocorre em dois momentos: a ironia e a maiêutica. Esse movimento é chamado de "Método Socrático". Dessa forma, tem a possibilidade de reconhecer a própria ignorância e conduzir o pensamento para o conhecimento verdadeiro.

Diálogo em filosofia representa, primeiro em Sócrates, e depois em Platão, o processo de busca da verdade através de perguntas e respostas. Diálogos é de resto o nome da obra de Platão, em que cada diálogo tem o nome do seu principal interlocutor.

COMO FAZER O MÉTODO DIALÉTICO
Em primeiro lugar, se define uma tese como sendo uma possível verdade. Depois, se define a antítese, que vai negar a tese. No embate entre a tese e a antítese surge a síntese. A síntese pode dar origem a outra tese e dar início a um novo ciclo.

Platão acreditava que o Mundo Sensível está em constante movimento e mudança (algo que não ocorreria no Mundo das Ideias, que é eterno). Dessa forma, este mundo está suscetível a errar e a ser falho, ao contrário da realidade abstrata. Essas são as ideias de Platão, as principais e que caem nos vestibulares e Enem.

Trata-se de uma alegoria famosa, que ficou conhecida como mito da caverna. Segundo o texto de Platão, o conhecimento do mundo sensível (o mundo que podemos conhecer através dos órgãos dos sentidos) é inferior à contemplação da verdade.

A dialética marxista considera que a realidade dever ser analisada na totalidade, através da contradição. Para analisar um conceito, por exemplo, não só ele deve ser estudado, analisado e tido em consideração, mas também outro conceito que o contradiga.