O que defende o sociologo Florestan Fernandes a respeito da educação?

Perguntado por: ncoutinho . Última atualização: 19 de maio de 2023
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Para Florestan Fernandes, a educação deve ser vista por uma perspectiva de classe, entendendo que a razão do dualismo educacional reflete a estrutura de classes da sociedade capitalista, e assim permanecem semelhantes antagonismos.

O sociólogo teve participação ativa na Campanha em Defesa da Escola Pública, da Comissão de Educação, que ajudou a elaborar a Constituição de 1988, e na idealização da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que só foi aprovada em 1996, um ano depois de sua morte.

Na obra de Florestan Fernandes encontra-se uma contribuição básica para a teoria sociológica: retira e desenvolve o conteúdo crítico da sociologia clássica e moderna. Foram as próprias condições sociais, nas quais emergiram as ciências sociais, que as levaram a defrontar as diversidades, desigualdades e antagonismos.

Resposta: defendia a democracia racial que é uma distorção criada desde o sistema colonial diante da inclusão de mestiços nas famílias brancas, fazendo com que a miscigenação aparecesse como elemento de mobilidade social dos negros e omitindo o fato da miscigenação.

Racismo e o mito da democracia racial
Já durante a década de 1950, Florestan passou a se dedicar aos estudos sobre os resquícios da escravidão na sociedade brasileira. Ele criticava a tese de que não existia preconceito e discriminação no Brasil, e foi quem cunhou o termo “mito da democracia racial”.

Considerado pai da Sociologia Crítica no Brasil, Florestan Fernandes (1920-1995) deu grande contribuição para a interpretação da realidade política e social do Brasil. Seus estudos se debruçaram sobre os antagonismos e disparidades presentes na sociedade brasileira como questões de classe e raça.

Os grandes problemas encontrados no Brasil são, para Fernandes, os grandes problemas do capitalismo: a exclusão, a desigualdade social, a exploração da burguesia sobre o proletariado e as consequências do racismo.

Foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, juntamente com outros intelectuais como Sérgio Buarque de Holanda, Mário Pedrosa e de Apolônio de Carvalho. No ano de 1986, foi eleito deputado constituinte pelo PT, tendo atuação destacada em discussões nos debates sobre a educação pública e gratuita.

Florestan Fernandes é muito diferente de Gilberto Freyre, em que domina uma intuição mais de artista que de cientista. Para Gilberto, a linha reta não é a menor distância entre dois pontos, ou pelo menos ele jamais parece seguir essa hipotética linha reta, escrevendo com linhas muito sinuosas.

Ele defendia a mestiçagem e a maneira de ser do português católico em contraponto com o protestante inglês. Esta mistura de raças será decisiva para construir uma sociedade diferente daquela existente dos países anglo-saxônicos.

FERNANDES, Florestan. A condição de sociólogo. São Paulo: Hucitec, 1978a.

a expansão e universalização da chamada ordem social competitiva do capitalismo dependente no Brasil.

Florestan Fernandes e Gilberto Freyre são considerados grandes nomes da sociologia brasileira. Florestan nasceu no estado de São Paulo, ingressou no começo da década de 1940 na Universidade de São Paulo (USP), onde se formou em Ciências Sociais.

Suas principais obras são: Organização social dos Tupinambá (1949); A função social da guerra na sociedade Tupinambá (1952); A etnologia e a sociologia no Brasil (1958);

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