O que aconteceu com os sobreviventes do Holocausto brasileiro?

Perguntado por: ubarreto . Última atualização: 30 de abril de 2023
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Em 1944, Stern foi enviado junto com seus familiares para Auschwitz. O paulista faleceu em maio de 2022, aos 94 anos. Andor Stern, único sobrevivente brasileiro do Holocausto, faleceu em maio de 2022, aos 94 anos.

Neste 27 de janeiro é celebrado o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto; entre 20 mil e 25 mil judeus perseguidos vieram para o Brasil.

Sobreviventes residentes no Brasil
Miriam Brik (1932-2018), ucraniana. Foi esposa de Ben Abraham e autora do livro Relatos de Uma Vida. Artur Rabner e Ina Rabner, alemães sobreviventes da lista de Schindler no Brasil. Pola Berenstein (1941-2017), moldávia.

Andor dedicou grande parte de seu tempo às suas palestras sobre o Holocausto, ensinando os horrores do período para que não se neguem nem se repitam, e motivando as pessoas a valorizarem e agradecerem à vida e à liberdade. O carinho de vocês sempre foi muito importante para ele", disseram os familiares.

O que se praticou no Hospício de Barbacena foi um genocídio, com 60 mil mortes. Um holocausto praticado pelo Estado, com a conivência de médicos, funcionários e da população.

Um milhão e meio deles eram crianças. “Mesmo se fossem capazes de trabalhar, as mulheres grávidas eram levadas às câmaras de gás assim que chegavam [aos campos de concentração]. Se conseguiam esconder a gravidez, seus bebês recém-nascidos eram assassinados com injeção legal ou afogados”, explicam Weisz e Kwiet.

Segundo a historiadora, “o problema do Holocausto não é só o que aconteceu, mas também as lições que se podem tirar para o presente e para o futuro”. Até porque “a História constitui um aviso daquilo a que pode levar um novo recrudescimento do racismo e da xenofobia”, remata.

O Holocausto foi um processo contínuo que ocorreu por toda a Europa entre os anos de 1933 a 1945. O antissemitismo foi a base do Holocausto. O antissemitismo, o ódio ou preconceito contra os judeus, era um princípio básico da ideologia nazista. Esse preconceito, que já era disseminado, piorou em toda a Europa.

Seus cadáveres, então, eram vendidos para faculdades de medicina. Foram 1 853 corpos, descritos como “peças” nos prontuários da instituição e comercializados entre 1969 e 1980. O restante era enterrado em valas comuns no cemitério, hoje desativado, anexo ao manicômio. “Infelizmente, o Hospital Colônia não era exceção.

Conhecido como Colônia, o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, localizado em Minas Gerais, funcionou de 1903 a 1996. Por conta do descaso do Estado, dos médicos e da sociedade, deixou o saldo de mais de 60 mil mortos e inúmeras vidas marcadas para sempre.

Holocausto brasileiro
O termo “holocausto” também é usado para se referir às práticas violentas no Brasil. O Holocausto brasileiro corresponde ao genocídio de mais de 60 mil brasileiros no Hospital Colônia, em Barbacena (MG), foi omitido por anos.

Estima-se que cerca de 20 mil a 25 mil judeus sobreviventes desembarcaram no Brasil durante e depois da guerra. Muitas dessas pessoas escolheram o Estado de São Paulo como um novo lar. Joshua Strul, de 89 anos, tinha apenas 8 quando as tropas nazistas chegaram à Romênia.

A Vida nos Guetos A vida nos guetos era insuportável. Havia superpopulação, e várias famílias eram obrigadas a dividir uma mesma residência. Os sistemas de esgoto eram destruídos pelos nazistas, e os dejetos humanos tinham que ser jogados nas ruas juntamente com o lixo. Não havia comida, as pessoas viviam famintas.

Na primavera de 1942, Himmler determinou que Auschwitz II (Auschwitz-Birkenau) tornar-se-ia uma "fábrica" de extermínio em grande escala, e lá cerca de um milhão de judeus, de diversos países da Europa, foram assassinados. O objetivo da "Solução Final" era exclusivamente o de exterminar todos os judeus europeus.

Atualmente, morrem, em média, 900 veteranos do conflito por dia. Leia também: – O que foi a Guerra Fria? – É verdade que o Brasil ganhou uma grande batalha na Segunda Guerra?

Stern também passou pelo campo de concentração de Dachau, até que, no final de abril de 1945, o local foi libertado por soldados dos Estados Unidos. O brasileiro sobreviveu e, no final da guerra, recuperou a liberdade. Ele viveu na Hungria durante mais alguns anos e depois mudou-se de forma permanente para o Brasil.

A libertação dos prisioneiros
Quando o Exército soviético chegou ao campo de Auschwitz em 27 de janeiro de 1945, os soldados foram confrontados com um cenário terrível: apenas cerca de 7 mil prisioneiros esqueléticos e doentes terminais haviam sobrevivido, 500 deles eram crianças.

De acordo com a jornalista Daniela Arbex, autora da publicação, a vida dos internos do Colônia envolvia “um cotidiano de muita limitação, de frio, de fome, de maus tratos físicos e tortura psicológica”. Os pacientes, que muitas vezes eram internados sem qualquer critério, eram os excluídos da sociedade.