O que aconteceu com os indígenas que resistiram à escravidão?

Perguntado por: lgoncalves . Última atualização: 29 de abril de 2023
4.2 / 5 9 votos

A resistência indígena se dava pelas fugas dos aldeamentos missionários e de outros tipos de cativeiro, pela defesa das aldeias contra os Bandeirantes, por ataques a vilas e fazendas, pela colaboração com o europeu, bem como pelo suicídio quando presos.

Resposta. A reação deles foi violenta: Guerras, ataques ás lavouras, motins contra os portos e a negação de realizar comércio com os Lusitanos.

O ano de 2021 está sendo marcado por manifestações históricas do movimento indígena. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), manteve, desde o início da pandemia da Covid-19, uma agenda virtual de comunicação e de articulação entre as lideranças indígenas.

Várias tribos foram dizimadas por conta do conflito com os portugueses ao recusarem o trabalho escravo. Muitos índios fugiram para o interior do Brasil, evitando ser escravizados.

Foi com Marques de Pombal, diplomata e primeiro-ministro português, que a abolição foi decretada de forma definitiva ao ser estendida para todo o país.

Os povos indígenas eram divididos em nômades e seminômades: eles se deslocavam constantemente de uma região para outra até o esgotamento dos recursos vegetais e animais disponíveis, ou seja, deslocavam-se à procura da pesca, da caça e do pequeno plantio para a sobrevivência.

O período de 1540 até 1570 marcou o apogeu da escravidão indígena nos engenhos brasileiros, especialmente naqueles localizados em Pernambuco e na Bahia. Nessas capitanias os colonos conseguiam escravos índios roubando-os de tribos que os tinham aprisionado em suas guerras e, também, atacando as próprias tribos aliadas.

A população indígena no país sofreu um enorme decréscimo, entre o século XVI e o século XX, passando de milhões para a casa dos milhares. Extermínios, epidemias e também escravidão foram os principais motivos dessa redução.

Para diminuir a resistência dos indígenas, os jesuítas criaram aldeamentos, chamados de missões, para afastar os povos de sua comunidade e lhes transmitir a cultura e a educação européias. Às vezes, as missões agiam de forma autoritária e violenta. Por isso, muitas foram ineficientes.

Davam espelhos, apitos, colares e chocalhos para os indígenas em troca de seu trabalho. Interessados nas terras, os portugueses usaram a violência contra os índios. Para tomar as terras, chegavam a matar os nativos ou até mesmo transmitir doenças a eles para dizimar tribos e tomar as terras.

A resistência dos escravos tinha como grande objetivo a conquista da liberdade, mas também poderia buscar apenas impor limites ao excesso de tirania de feitores e senhores.

A superioridade militar dos europeus e a dificuldade dos indígenas de se unirem contra o inimigo comum, foram fatores que prejudicaram esse tipo de resistência. Os indígenas, divididos por rivalidades tribais, auxiliavam os europeus na luta contra outros indígenas.

Os indígenas "mansos" eram requisitados a seus senhores ou missionários para lutar contra os indígenas "bravos", como em 1671, quando o governador ordenou o recrutamento de 40 indígenas paiaiases nas aldeias que ficavam nas terras de João Peixoto Viegas e mais 30 das aldeias das terras de Gaspar Rodrigues Adorno.

Há registro de que 148 indígenas se suicidaram no país em 2021. O crescente uso de álcool e drogas vem sendo relacionado a situações de invasão de narcotraficantes em algumas áreas indígenas, mas estão especialmente atreladas à falta de perspectivas dos povos indígenas.

No primeiro século de contato, 90% dos indígenas foram exterminados, principalmente por meio de doenças trazidas pelos colonizadores, como a gripe, o sarampo e a varíola. Nos séculos seguintes, milhares de vítimas morreram ou foram escravizadas nas plantações de cana-de-açúcar e na extração de minérios e borracha.

Em sua grande parcela, os índios vivem em tribos e sobrevivem por meio do cultivo de alimentos, bem como da caça e pesca. Alguns povos vivem totalmente isolados da sociedade nacional, enquanto outros são mais receptivos.

Com a chegada da primeira leva de europeus, logo no primeiro século, a população indígena foi reduzida a quatro milhões, com as doenças e o extermínio. Atualmente, no Brasil, são cerca de 450 mil indígenas distribuídos por todo o território brasileiro.

De fato, segundo as pesquisas da University College London (UCL), a colonização exterminou quase 90% da população em um século, ou seja, cerca de 56 milhões de indígenas.