O que acontece se a Rússia cortar o gás da Europa?

Perguntado por: aguimaraes . Última atualização: 28 de fevereiro de 2023
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Se a Rússia interromper o fornecimento de gás à Europa para retaliar as sanções punitivas por sua invasão da Ucrânia, a região ainda poderá sobreviver no próximo inverno. Mas não será fácil ou barato. Essa é a conclusão de um relatório publicado na segunda-feira pela Bruegel.

A Europa corre o risco de ter falta de gás no inverno de 2023-2024, alertou esta quinta-feira a Agência Internacional de Energia (AIE), que apelou aos governos para "agirem imediatamente" e reduzirem a procura.

O porta-voz do presidente Vladimir Putin, Dmitry Peskov, afirmou que, em função das sanções anunciadas pela União Europeia, Reino Unido, Estados Unidos e Canadá, governo russo decidiu pelo corte de gás do principal gasoduto do país, que sai de São Petersburgo para a Alemanha através do mar Báltico.

Ao todo, nove países são responsáveis por exportar o produto para o Brasil e entre eles, o principal é a Bolívia, a qual no ano de 2019 apresentou uma diminuição na importação, pois o Brasil vem comprando cada vez menos gás da Bolívia.

Henning Gloystein, diretor de Energia, Clima e Recursos do Eurasia Group, disse ao CNN Business que a Rússia provavelmente está queimando gás criado como subproduto durante a produção de petróleo. “Em tempos normais, muito desse gás teria sido usado para alimentar a rede de gasodutos e vendido para a Europa.

As nações da Europa que mais fazem importação do gás produzido pela estatal russa Gazprom são: Alemanha, Itália, Áustria e França. Completam esta lista os países que consomem uma quantidade menor de gás, como Finlândia, Holanda, Dinamarca, Grécia e Bélgica.

Mais de 40% do gás europeu vem da Rússia e a União Europeia paga mais de 150 bilhões de euros por ano ao país.

Para garantir, a Gazprom está construindo dois novos gasodutos na Europa. Um deles, chamado South Stream, servirá os mercados do sul da Europa via Turquia e Grécia. Mas o projeto mais controverso é o Nord Stream 2, que termina no norte da Alemanha e está previsto para abastecer importantes países da Europa Ocidental.

Os preços de referência do gás no atacado caíram quase 5% nesta sexta-feira, atingindo 49 euros (US$ 52) por megawatt-hora, seu nível mais baixo desde setembro de 2021 e uma fração do recorde histórico de 320 euros atingido em agosto do ano passado, segundo dados da Independent Commodity Serviço de inteligência.

Última atualização em 16 de agosto de 2022 às, 19h02. O preço do gás na Europa atingiu um novo recorde nesta terça-feira, 16, chegando aos € 251,73 (cerca de R$ 1,3 mil) por MWh na Bolsa do Gás de Amsterdã TTF.

A Europa importa cerca de 40% do seu gás natural da Rússia. A Alemanha, a maior economia do bloco, está particularmente exposta: a Rússia fornece cerca de metade de seu gás natural.

Molina destacou que o contrato vigente prejudica a Bolívia, já que foram acordados preços muito baixos para o gás boliviano. Além disso, o acordo de 2020 transferiu a responsabilidade — da Petrobras para a YPFB — do transporte do gás boliviano até a fronteira.

O chefe da QatarEnergy, Saad al-Kaabi, disse à Reuters nesta segunda-feira (21) que a empresa assinou um contrato de compra e venda de 27 anos com a chinesa Sinopec, o mais longo na história dos acordos de gás natural liquefeito (GNL).

FALTAM GASODUTOS
“O motivo principal [para a alta reinjeção no país] é realmente o gargalo de infraestrutura, a falta de rotas de escoamento, de unidades de processamento de gás natural, além dos gasodutos de transporte.

O Brasil foi o 30º maior produtor de gás natural em 2021, mantendo-se na mesma posição de 2020. EUA e Rússia são responsáveis por 40% da produção mundial.

No ranking global de maiores produtores de gás natural, os Estados Unidos se mantiveram em primeiro lugar, com 914,6 bilhões de m³ (23,7% do total mundial), após queda de 1,7% ante 2019. Em seguida veio a Rússia, com 638,5 bilhões de m³ (16,6% do total mundial), após queda de 6%.

A União Europeia foi responsável pela compra de 71% destas exportações russas e a Alemanha foi o maior país consumidor.

Como um todo, os 27 países da União Europeia dependem em 41% do gás fornecido pela Rússia. Há algumas nações, como Hungria e República Tcheca, onde a dependência chega a quase 100%.

As reservas de petróleo atualmente comprovadas devem durar pelo menos mais 50 anos, sendo interessante lembrar que os preços internacionais do petróleo variam de modo inversamente proporcional às estimativas destas reservas comprovadas, razão para os países produtores serem modestos quanto a tais estimativas.

Os maiores detentores de reservas de gás no mundo são Rússia e Irã, com pouco mais de 1/3 do total global.