O que acontece com o metabolismo de uma pessoa em jejum?

Perguntado por: ijesus . Última atualização: 29 de janeiro de 2023
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Na ausência de alimento, os níveis plasmáticos de glicose, aminoácidos e trigliceróis caem, provocando uma redução na secreção de insulina e um aumento na liberação de glucagon. A mudança da razão insulina e glucagon e a diminuição de nutrientes disponíveis tornam esse período catabólico.

De acordo com a literatura, o jejum intermitente promove importantes alterações nos níveis de concentração de VLDL, LDL, HDL, colesterol total e triglicerídeos. Alterações nos indicadores hematológicos, glicemia, insulina e resistência à insulina também são reportados por alguns estudos.

A produção de hormônios também requer energia. Assim, quando passa muito tempo em jejum, seu corpo faz uso dos hormônios já existentes no organismo, mas logo fica carente dessas substâncias - e isso afeta até a transmissão de mensagens pelo cérebro.

Ficar sem comer sem planejamento faz com que o seu metabolismo fique mais lento. E se você comer um pouquinho a mais, vai engordar e ganhar peso em forma de gordura”, alerta Sarina Occhipinti, especialista em clínica médica.

Para a especialista, o jejum pode levar à perda de peso, mas graças à restrição calórica, e não por promover uma queima de gordura mais rápida. Embora algumas pessoas, principalmente as que têm dificuldade de contar calorias, possam se adaptar ao jejum intermitente, ele não deve ser indicado a qualquer um.

Sabe-se que, no jejum prolongado ocorre redução da produção das enzimas digestivas, da digestão de dissacarídeos e gorduras e da absorção de nutrientes, bem como redução do transporte de aminoácidos através da mucosa intestinal, associada ao aumento da permeabilidade desta9,24.

A fim de gerar energia o organismo precisa degradar os carboidratos e transformá-los em glicose, bem como quebrar as proteínas em subunidades chamadas aminoácidos e reduzir as gorduras a ácidos graxos.

Em jejum, essa reserva é utilizada como fonte de energia, por um processo de glicogenólise – produção de glicose a partir do glicogênio. Depois de 10 horas sem comer, os nossos estoques de glicogênio hepático estão cada vez menores, e o nosso corpo precisa arranjar outra forma de produzir energia.

Após cerca de 8-12 horas de jejum, seu corpo começa a extrair energia principalmente de sua gordura corporal. Além disso, o nível de açúcar no sangue cai e, com ele, a produção de insulina. Quando os níveis de açúcar no sangue estão baixos, o corpo pode queimar a gordura corporal muito melhor.

Esse é um momento hormonal e metabólico natural e benéfico para o organismo. O jejum intermitente busca esse momento metabólico, ou seja, mantendo o perfil hormonal com níveis baixos de insulina e elevados de glucagon, há um favorecimento na queima de gordura e redução do apetite, levando ao emagrecimento.

Ao atingir 12 horas de jejum, o fígado já não tem essa capacidade de produzir glicose. É aí que o corpo começa a queimar a gordura como fonte de energia. Por isso, quando o objetivo é emagrecer, ao menos 12 horas a 13 horas de jejum são necessárias para estimular a queima de gorduras.

Semana 5. Você já terá eliminado cerca de 5 kg e, com a sensação de saciedade aumentada, terá muito mais facilidade em manter seu jejum. Sinta a melhora na sua saúde, disposição e autoestima.

Então é recomendado fazer o jejum de 12 horas. Uma sugestão é realizar a última refeição às sete da noite e voltar a se alimentar apenas as sete da manhã do outro dia. Aliás, este é um hábito muito benéfico que pode ser incluído diariamente na sua rotina.

Consumir mais proteína
Alimentos ricos em proteína, como carnes, leite e ovos, são mais difíceis de serem digeridos do que hidratos de carbono e gorduras. Por esse motivo, a digestão de proteínas consome mais calorias, e aumenta o metabolismo. A recomendação é ingerir entre 1 a 1,4 gramas de proteína por quilo de peso.