O que acontece com a mente de uma pessoa entubada?

Perguntado por: vevangelista . Última atualização: 3 de fevereiro de 2023
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Segundo o médico, acredita-se que o cérebro em estado de coma não tenha atividade no córtex cerebral, que é a parte relacionada à consciência. “Então, o paciente não tem percepção do meio ambiente, não tem nível de consciência, não sente dor, não tem percepção sobre si mesmo.

Quando está em coma profundo, a pessoa não está consciente e, portanto, não sente, não se mexe e não ouve, por exemplo. Entretanto, existem vários níveis de sedação, a depender da dose do medicamento, por isso, quando a sedação é mais leve é possível ouvir, se mexer ou interagir, como se estivesse sonolento.

Essa agitação é natural e acontece de forma mecânica. Rodrigo Mussi foi e segue sedado e intubado para que o corpo pudesse resistir aos processos cirúrgicos, cateteres intracranianos e à intubação.

O desmame é a retirada gradual ou abrupta do suporte ventilatório mecânico. Já a extubação é a retirada do tubo endotraqueal. Tipos de desmame. São classificados como simples, difícil e prolongado, o que deve ser levado em consideração no momento da transição para a ventilação mecânica.

De acordo com o dicionário Michaellis, o correto é entubar, que significa "introduzir tubo em canal ou cavidade de paciente". Porém, o termo intubar também existe e é utilizado na medicina. Ou seja, o termo mais indicado na Língua Portuguesa é entubar, mas o uso da palavra intubar também é amplamente aceita.

Alimentação ocorre normalmente
Exceto nos casos em que o paciente está usando sonda alimentar, nos quais deverá seguir a orientação de um nutricionista, será possível ingerir alimentos normalmente. O paciente poderá comer aquilo que gosta, mas pode ter um pouco de dificuldade na deglutição.

Para a surpresa, e principalmente alegria de todos, ao ouvir a voz da mãe e do irmão, o paciente entubado abriu os olhos pela primeira vez desde que foi entubado e chorou. Uma comoção que foi sentida por todos.

De acordo com Bruna Rainho Rocha, fonoaudióloga do Hospital Paulista, sete dias de intubação podem ser suficientes para gerar complicações relacionadas à laringe. A rouquidão é um dos sintomas mais frequentes após a intubação de um paciente, mas costuma ser temporária, com duração de dois a três dias.

Quando o anestesista aplica uma medicação, ele está induzindo um coma, está gerando um estado de alteração do nível de consciência. O paciente não pode ser despertado, mas não é por uma lesão, e sim pelo efeito da medicação. Estruturalmente o cérebro dele continua intacto”, afirma o especialista.

Pacientes graves que estão sob ventilação mecânica (com respiradores artificiais) precisam receber injeções de sedativos para suportarem a dor e a privação de sono na unidade de terapia intensiva (UTI). Só que o uso de sedativos pode dificultar a retirada dos equipamentos de respiração artificial.

Assim como qualquer anestesia, a sedação pode resultar em uma reação adversa ao paciente. Podem provocar náuseas, vômitos, labilidade emocional e reações paradoxais como inquietação, agitação e delírio. São raros os casos de alergia medicamentosa.

Complicações da entubação traqueal
Qualquer tubo translaríngeo causa algum grau de lesão às pregas vocais; às vezes, ocorrem ulceração, isquemia e paralisia prolongada das pregas vocais. Estenose subglótica pode ocorrer depois (habitualmente, 3 a 4 semanas). Erosão da traqueia é incomum.

A ventilação mecânica invasiva é associada com o desenvolvimento de complicações importantes, incluindo pneumonia associada à ventilação (PAVM), sinusite, patologias das vias aéreas superiores e fraqueza muscular respiratória.

Pessoas que estão no chamado estado vegetativo podem abrir e até mover os olhos. Podem sorrir, agarrar a mão de alguém, chorar, gemer e grunhir. Mas não conseguem reagir a um ruído repentino ou entender o que é dito à sua volta.