Foi a luta tem crase?

Perguntado por: emendes . Última atualização: 17 de maio de 2023
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Já a palavra “luta” é antecedida do artigo “a”. Assistir a + a luta = assistir à luta. Verbo ir: vai-se “a” algum lugar.

A crase (`) serve para evitar a repetição da letra "a" nas situações em que precisamos utilizar o artigo definido a, ou os pronomes aquela, aquele e aquilo, junto com a preposição a. Exemplos: Vamos à praia? Fui às compras ontem.

Deve-se empregar a crase antes de locuções que indiquem hora. Por exemplo: “Tenho uma reunião às 15h”; “Minha aula começa às 8h”; “Estarei aí, às 21h”.

Por outro lado, se você substituir um verbo pelo outro e notar a presença do artigo definido “a”, é necessário fazer uso da crase. Exemplos: “Ir à Itália.” “Voltar da Itália.”

Na expressão "à frente", a crase ocorre, já que se trata de locução (adverbial ou prepositiva) feminina. Exemplos: Estou à frente dos negócios da minha família. O atleta brasileiro chegou à frente dos demais.

Vale sempre lembrar que a crase é um fenômeno caracterizado pela fusão da preposição “a” com o artigo “a” (a + a = à). Veja como aplicar a regra: Quem vai à Bahia, volta da Bahia – por isso indicamos a crase com o acento grave. Quem vai a Salvador, volta de Salvador – logo, não há crase.

Moral da história: quem tem boca vai “a Roma”, “a Paris”, “a Praga”, “a Belém”, “a Manaus”, “a Guaratinguetá”, “a Campinas”, “a Petrópolis”, “a Santos”, “a Americana”, “a Fortaleza” etc. Vai e deixa em casa o acento indicador de crase no “a”. Note que, em nenhum desses casos, o nome da cidade foi adjetivado.

Espanha leva crase porque é uma palavra feminino, enquanto que Portugal é uma palavra neutra, por isso não pode levar a crase.

Nunca haverá o acento indicador de crase quando o a estiver no singular e o termo seguinte, no plural. Nesses casos, o a será apenas preposição, não havendo o artigo. Caso houvesse o artigo, este concordaria com o substantivo, feminino, plural – as, e haveria o acento indicador de crase: – Não fui às festas…

Em gramática, basicamente a crase se refere à fusão da preposição a com o artigo feminino a: Vou à escola. O verbo ir rege a preposição a, que se funde com o artigo exigido pelo substantivo feminino escola: Vou à (a+a) escola.

Na frase "fui à feira", por exemplo. "Substitua 'feira' por 'supermercado'. Se o 'a' virar 'ao', o 'a' em questão tem que receber o acento grave. Fernanda Bérgamo lembra que expressões adverbiais femininas também pedem crase.

b) Ocorre a crase somente se os nomes femininos puderem ser substituídos por nomes masculinos, que admitam ao antes deles: Vou à praia. Vou ao campo. As crianças foram à praça.

“Convite” é nome masculino: “o” convite. Por isso, “Ela viajou a convite do governador”, sem crase. “Lula está se dedicando à reeleger Dilma.” Não há crase antes de verbo.

O certo é "vou à igreja", pq a crase substitui o "para a".

Assim, antes de nomes de cidades, não há artigo; nessa situação, portanto, não ocorre crase: "Ir a São Paulo", "ir a Campinas", "ir a Fortaleza", "ir a Cuiabá", "ir a Paris", "ir a Nova York", "ir a Roma" etc.

E há nomes que se usam tanto com o artigo quanto sem ele, principalmente quando regidos de preposição – os brasileiros preferem com o artigo; os portugueses, sem ele: na França/em França; da Itália/de Itália; na Espanha/em Espanha; da Inglaterra/de Inglaterra. O mesmo vale para o continente: da Europa/de Europa.

Portanto, o correto é "vou à China" (com crase) ou então "vou para a China" (caso eu esteja indo para ficar lá).

Como regra geral, só se usa crase antes de palavras femininas. A exceção são os pronomes demonstrativos aquele e aquilo. Em alguns casos, a palavra feminina está subentendida, como ocorre normalmente com moda e maneira: salto à Luiz XV (à moda de Luiz XV) e escrita à Camões (à maneira de Camões).