Em que ano o Rio Tietê era limpo?

Perguntado por: aperalta . Última atualização: 8 de maio de 2023
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Pelo menos hoje em dia já se sabe que o problema é complexo. Há 30 anos, quando começaram os esforços para limpar o Tietê, o então governador paulista Antônio Fleury Filho declarou que ao final do projeto, em 2005, o rio estaria tão limpo que ele beberia água retirada dali.

A cidade que traz pureza
Aqui em Barra Bonita, o Tietê volta à vida e se torna um rio de águas totalmente limpas.

Era um rio bem largo, muita correnteza, e tinha uma planta que chamavam de aguapé e ela vinha boiando cheia de flores. Para continuar nadando, você tinha que dar uma batidinha para ela sair da sua frente”, conta. O Tietê era um rio lindo, recorda Idamys.

Em 2014, ele prometeu a despoluição do rio até 2019. Segundo Ribeiro, a solução é possível, mas só virá quando houver mudanças culturais em relação aos recursos naturais, maior integração entre as instâncias competentes e a recuperação das águas for um projeto de Estado.

Isso ocorre porque o rio possui uma mancha de oxigenação zero que ocupa hoje 130 km de extensão, de acordo com dados da Fundação SOS Mata Atlântica. Em 1992, o governo do Estado prometeu publicamente limpar o rio até 2005, com o Projeto Tietê.

Rio Tietê

1º LUGAR – Rio Tietê
Com 1.010 km², nasce em Salesópolis, na serra do Mar, e atravessa o estado de São Paulo, banhando 62 municípios. Ocupa o topo do ranking por receber o esgoto doméstico e industrial no trecho da capital.

Citarum

O Rio mais Poluido do Mundo - Citarum - (Indonésia)

O rio recebe grande volume de esgoto industrial na cidade de Mogi das Cruzes, a 45 km da nascente, além do que recebe da megalópole nacional (São Paulo), com o despejo de dejetos industriais e urbanos em seu curso na região metropolitana paulista.

Em nota, o Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), responsável pela limpeza do rio, informou que, quando as equipes encontram algum corpo, a empresa aciona imediatamente a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros para que providenciem a remoção, e que o Daee não participa desse procedimento.

É neste contexto que deve ser entendida a recente promessa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, de limpar o rio Tietê até o final de seu mandato, em 2026.

40 centímetros

Atualmente, o rio Tietê está com média de 40 centímetros de profundidade no estaleiro, local onde a profundidade é medida em Mogi das Cruzes. A média histórica no estaleiro é de 1,37 metro. Isso está acontecendo por conta do período de estiagem. Com menos água, a concentração de poluentes fica mais evidente.

O pescador afirma que já encontrou outras espécies de peixes no Tietê. “Tem peixes menores como tilápia, carpa, bagre, mas é do pequeno, traíra que é pequena.”

A poluição do rio Tietê tem relação direta com a superpopulação da cidade de São Paulo. Ele recebe um volume significativo de esgoto industrial da cidade de Mogi das Cruzes, localizada a 45 km da nascente. Também recebe o despejo de dejetos urbanos e industriais da capital.

Durante muitos anos, esse rio foi o canal de comunicação usado pelos bandeirantes, nos séculos XVI e XVII, para chegarem ao interior do país, sendo rota comercial entre o interior e o litoral paulistas. Rio Tietê na cidade de São Paulo, ao lado da marginal que recebe o mesmo nome do rio.

Em janeiro daquele ano, dos 8 pontos monitorados pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), só 1 não tinha a qualidade da água avaliada como péssima. Em janeiro de 2023, apenas um desses pontos era considerado péssimo, três tinham índice ruim e quatro, regular.

Resposta verificada por especialistas. O Rio Tietê é conhecido por ser altamente poluído, com exceção de pequenos trechos. Sendo assim, a água "in natura" desse corpo d'água não é adequada para o consumo, já que possui coliformes fecais, resíduos químicos industriais e grandes quantidades de lixo.

O Rio Tietê amargou mais um avanço na sujeira de suas águas entre 2021 e 2022. A mancha de poluição em um ano aumentou mais de 40%, passando de 85 quilômetros para 122 quilômetros nos 55 pontos de medição em sua bacia, conforme monitoramento da Fundação SOS Mata Atlântica.

O governo de São Paulo anunciou nesta sexta-feira (31) que pretende investir R$ 5,6 bilhões até 2026 em ações para despoluir o rio Tietê. A ação é a mais recente em mais de três décadas de promessas para limpar o maior rio do estado.