É possível voltar do coma?

Perguntado por: mdias . Última atualização: 20 de fevereiro de 2023
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Infelizmente, não há um tratamento específico para fazer com que alguém retorne do coma. "O tratamento é resolver o que causou o coma, se for o AVC, desentupir a artéria. Mas tratamento para o coma não existe, cuidamos da saúde de forma geral e aguardamos as evoluções", explica Sampaio.

As sequelas que podem decorrer após a injúria cerebral e coma, dependem da causa do coma e da velocidade com que essa causa é revertida (se isso for possível). Podem haver sequelas motoras, sensitivas, cognitivas, convulsivas ou até comportamentais.

Não existe uma forma de tratamento no sentido de tirar o paciente do estado de coma.

O cérebro durante o coma
“Então, o paciente não tem percepção do meio ambiente, não tem nível de consciência, não sente dor, não tem percepção sobre si mesmo. Ele tem um quadro de sono profundo e não tem nenhuma percepção”, afirma. O paciente também não sonha.

Pessoas em coma não abrem os olhos, não respondem a nenhum estímulo externo e não podem ser despertadas. Estima-se que o metabolismo cerebral de uma pessoa nessas condições diminua em 50%.

O coma, também conhecido como estado vegetativo persistente, é um estado profundo de inconsciência. No coma não há respostas intencionais a estímulos internos ou externos, embora possam estar presentes respostas não intencionais a estímulos dolorosos e reflexos do tronco cerebral.

Coma induzido
É a perda irreversível de qualquer atividade do cérebro.

“Quem está em coma Glasgow 3, tem um coma que não responde a nenhum estímulo. O estágio mais profundo do coma, normalmente implica lesão neurológica muito grave”, explicou.

O grau 3 na Escala de Glasgow, entretanto, não indica morte cerebral. Mas, segundo médicos, não é comum pacientes com esse grau de lesão retomarem a consciência.

De acordo com um novo estudo desenvolvido pela Universidade de Wisconsin-Madison (EUA), é possível utilizar eletrodos que, ao aplicar choques em uma região específica do cérebro que está associada à consciência humana, poderia fazer com que alguém acordasse de um coma profundo.

Segundo o neurologista Mauro Atra, nessa situação prolongada, o máximo que acontece é o paciente ouvir sons, mas sem a capacidade de interpretá-los. “A pessoa não sabe se ouviu um violino, uma buzina ou alguém falando o nome dela, mas vai mexer os olhos", diz o especialista.

Uma mulher dos Emirados Árabes que ficou gravemente ferida num acidente de carro em 1991 acordou do coma após 27 anos. O caso foi revelado nesta terça-feira pelo filho dela. Munira Abdulla, que tinha 31 anos na época do acidente, sofreu lesões cerebrais quando o carro onde estava bateu num ônibus.

Após o diagnóstico de morte encefálica, não há qualquer chance de recuperação.

É possível uma pessoa sair do estado vegetativo? Embora as chances sejam remotas, é possível. Existem fatores comuns aos pacientes que conseguiram recuperar algum nível de consciência, a exemplo do tempo que permaneceram em estado vegetativo. Quanto menor for esse período, maior é a possibilidade de recuperação.

Estudos científicos apontam que pacientes em coma induzido, devido à intubação, ao ouvirem gravações de familiares, apresentam recuperação mais rápida. Mesmo sedados, eles podem produzir respostas fisiológicas, como alterações na respiração e expressões faciais.

As chances do paciente vão diminuindo. Lannes diz também que é difícil precisar as sensações que o paciente tem. "Os nervos que recebem os estímulos dolorosos podem estar intactos, mas o cérebro danificado pode não processar a informação, assim o paciente não tem consciência das sensações como frio e calor."

A condição mais grave, chamada coma irreversível ou Estado Vegetativo Persistente (EPV), provoca um coma profundo e prolongado, no qual só estão ativas respostas neurológicas reflexas. Aqui, o paciente já não tem uma vida voluntária, o que pode ser confundido com a morte encefálica.

Alguns fatores contribuem para o paciente demorar a acordar, entre eles podemos citar: uso prolongado de drogas sedativas ou em altas doses, uso de drogas de vida longa, pacientes idosos, pacientes com insuficiência renal ou hepática, pacientes com lesão do SNC.