É possível ficar em coma por 20 anos?

Perguntado por: nlacerda . Última atualização: 23 de janeiro de 2023
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Terry Wayne Wallis, de 53 anos, morreu nesta segunda-feira (4) em Arkansas, nos Estados Unidos. Ele ficou em coma por 20 anos, após sofrer um acidente de carro quando tinha 19. Wallis ficou conhecido por acordar do coma de repente, em 2003, para dizer “mãe”, com quem tinha uma relação muito próxima.

Alguns pacientes, quando saem do coma, entram no chamado estado vegetativo. Nesse estado, a pessoa está acordada, pode realizar alguns pequenos movimentos, bocejos e resmungos, no entanto, não responde a qualquer estímulo interno ou externo, evidenciando a persistência da lesão cerebral.

Pessoas que estão no chamado estado vegetativo podem abrir e até mover os olhos. Podem sorrir, agarrar a mão de alguém, chorar, gemer e grunhir. Mas não conseguem reagir a um ruído repentino ou entender o que é dito à sua volta.

Atualmente, os médicos declaram a morte a partir do momento em que o coração de um paciente deixa de bater. Quando isso acontece, as funções cerebrais terminam quase de imediato e a pessoa perde todos os seus reflexos.

O cérebro durante o coma
O paciente também não sonha. Em um estado normal, enquanto dormimos, nosso cérebro tem atividade cerebral. Ele continua funcionando normalmente durante o sono, mas não é o que acontece durante o coma. O paciente fica completamente desconexo.

Segundo o neurologista Mauro Atra, nessa situação prolongada, o máximo que acontece é o paciente ouvir sons, mas sem a capacidade de interpretá-los. “A pessoa não sabe se ouviu um violino, uma buzina ou alguém falando o nome dela, mas vai mexer os olhos", diz o especialista.

Muitas vezes, o coma é reversível e, por isso, a pessoa pode voltar a acordar, no entanto, o tempo até que o estado de coma passe é muito variável, de acordo com a idade, estado de saúde geral e a causa.

Terry Wayne Wallis, de 53 anos, morreu nesta segunda-feira (4) em Arkansas, nos Estados Unidos. Ele ficou em coma por 20 anos, após sofrer um acidente de carro quando tinha 19. Wallis ficou conhecido por acordar do coma de repente, em 2003, para dizer “mãe”, com quem tinha uma relação muito próxima.

depende da sedação... tem hora que (o paciente) te responde, tem hora que não. Algumas enfermeiras relatam que não há comunicação com o paciente que se encontra em um grau de sedação profundo, uma vez que não existe resposta aos estímulos. Outras relatam que, nessa situação, a comunicação é dificultada.

A condição mais grave, chamada coma irreversível ou Estado Vegetativo Persistente (EPV), provoca um coma profundo e prolongado, no qual só estão ativas respostas neurológicas reflexas. Aqui, o paciente já não tem uma vida voluntária, o que pode ser confundido com a morte encefálica.

Pessoas em coma não abrem os olhos, não respondem a nenhum estímulo externo e não podem ser despertadas. Estima-se que o metabolismo cerebral de uma pessoa nessas condições diminua em 50%.

Infelizmente, não há um tratamento específico para fazer com que alguém retorne do coma. "O tratamento é resolver o que causou o coma, se for o AVC, desentupir a artéria. Mas tratamento para o coma não existe, cuidamos da saúde de forma geral e aguardamos as evoluções", explica Sampaio.

A audição e o toque duram mais tempo, o que indica que muitas pessoas podem ouvir e sentir seus parentes nestes momentos, mesmo que pareçam estar inconscientes. À medida que a morte se torna mais próxima, o coração bate com menos força, a pressão sanguínea cai, a pele esfria e as unhas escurecem.

A morte encefálica é a morte do cérebro e do tronco cerebral. O quadro é irreversível e significa a morte legal do indivíduo. Isso porque as funções vitais controladas pelo cérebro deixam de ser realizadas espontaneamente, provocando o colapso de todos os órgãos em poucos minutos.

O estudo sobre a audição no momento da morte foi realizado por pesquisadores da Universidade da Colúmbia Britânica (UBC). Na pesquisa foi constatado que a audição é o último sentido a se desligar no momento da morte.

Uma mulher dos Emirados Árabes que ficou gravemente ferida num acidente de carro em 1991 acordou do coma após 27 anos. O caso foi revelado nesta terça-feira pelo filho dela. Munira Abdulla, que tinha 31 anos na época do acidente, sofreu lesões cerebrais quando o carro onde estava bateu num ônibus.

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