É possível desapropriar terreno de marinha?

Perguntado por: rreal . Última atualização: 21 de fevereiro de 2023
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A transferência de imóvel edificado em terreno de marinha, para fins de desapropriação, configura hipótese de transferência onerosa entre vivos, apta a gerar o recolhimento de laudêmio. 5. Recurso especial provido.

Não se pode impedir um processo de desapropriação. Uma vez publicado o Decreto e ajuizada a ação, caso não haja acordo entre o morador e o poder público (Ente Expropriante), àquele não cabe outra alternativa senão discutir o valor ofertado na Justiça.

Quaisquer bens podem ser objeto de desapropriação, podendo a mesma recair em bens móveis e imóveis, corpóreos ou incorpóreos, consumíveis e inconsumíveis, conforme o art. 2º do Decreto-Lei 3.365/41.

A regularização dos terrenos de marinha ocorre por meio de autorização de uso do espaço concedido pela União e discriminação do terreno de marinha na matrícula do imóvel, realizada por Cartórios de Notas ou de Registro de Imóveis.

A hipótese de incidência do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbano - IPTU nos terrenos de marinha e seus acrescidos é possível. Não há a chamada bitributação (mais de um ente tributante cobrando um ou mais tributos sobre o mesmo fato gerador).

Todas as propriedades podem ser desapropriadas? Toda grande propriedade rural que não esteja cumprindo sua função social, está sujeita a ser desapropriada. Ou seja, toda grande propriedade que não atenda aos requisitos previstos no art. 186 da Constituição Federal.

A negociação do valor com o proprietário é algo benéfico aos dois interessados, visto que, quando é aberto um processo administrativo e judicial, a desapropriação fica submetida ao tempo da ação, que dura em média de 3 a 4 anos", explica Arley Aires, diretor de patrimônio da Cohab.

1. A União pode desapropriar bens dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos territórios e os Estados, dos Municípios, sempre com autorização legislativa específica.

Existem quatro tipos de desapropriação: direta, indireta, confiscatória e sancionatória.

Um dos pontos levantados é que, caso o procedimento de desapropriação seja levado para a instância judicial, o desapropriado não poderá recorrer do ato em si. Ou seja, ele somente poderá recorrer do valor de avaliação do imóvel ou da legalidade do ato praticado pelo ente público.

Quando a desapropriação tiver como fundamento o descumprimento da função social da propriedade urbana, a indenização poderá ser paga através de títulos da dívida pública resgatáveis em 10 anos.

O processo de desapropriação começa mediante um procedimento administrativo. Nele, o órgão público declara o interesse na sua propriedade e dá início às medidas de transferência do bem de cunho privado para o público.

A lei da desapropriação ainda prevê a possibilidade de eleição de câmara de mediação criada pelo poder público. A lei da desapropriação é o principal guia desse procedimento, que se caracteriza pela tomada de um imóvel particular pelo poder público mediante justa e prévia indenização.

Art. 3o Os concessionários de serviços públicos e os estabelecimentos de carater público ou que exerçam funções delegadas de poder público poderão promover desapropriações mediante autorização expressa, constante de lei ou contrato.

Art. 64. Os bens imóveis da União não utilizados em serviço público poderão, qualquer que seja a sua natureza, ser alugados, aforados ou cedidos. Logo, é possível construir em terreno de marinha.

Terrenos de Marinha
Toda obra situada na Costa Marítima Brasileira e na margem dos rios e lagos até onde sofre influência das marés, localizada na faixa de 33 metros, são considerados Terreno de Marinha.