Como se chama quem toca atabaque na Umbanda?

Perguntado por: sribeiro . Última atualização: 19 de maio de 2023
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O cargo de Ogã, aquele que toca o atabaque — instrumento tradicional afro-brasileiro das giras de umbanda — , é notadamente masculino devido à energia envolvida para o toque e ao formato fálico do instrumento, segundo a musicista Christiane Nascimento, de 35 anos.

Ogã – A palavra Ogã vem do Yorubá e significa Senhor da Minha Casa. O Ogã – médium responsável pelo canto e pelo toque – ocupa um cargo de suma importância e de responsabilidade dentro dos rituais de Umbanda e Candomblé, como o conjunto de vozes e toques do atabaque, por exemplo.

No Brasil, especialmente nos terreiros de candomblé, verificamos a presença fundamental dos atabaques e dos Ogãs – padrinhos do culto africano ou brasileiro, ou seja, homens que tocam os atabaques sagrados, cuja missão é a de chamar as divindades para que seus adeptos entrem em transe.

Faz-se esse movimento, alternando entre mão direita/testa, mão esquerda/nuca e mão direita/ nuca, mão esquerda/ testa. Em algumas casa a saudação continua com os quatro dedos tocando simultaneamente o lado direito e esquerdo da cabeça, na região acima das orelhas e em seguida espalmando-os em direção ao alto.

Segundo Thauane o fio de contas, um colar usado pelos praticantes do candomblé, serve como proteção e também para identificar aquilo em que a pessoa acredita, pois cada cor possui um significado.

Nos terreiros de Umbanda e Candomblé, apenas os homens têm permissão para tocar os atabaques. Eles são chamados de Alabês, Ogãs ou Tatas e, para serem autorizados a tocar, devem passar por um ritual de iniciação muito importante.

Uma pessoa que nasce com o cargo de ogan não é capaz de incorporar, porém isso não impede que outras formas de mediunidade sejam desenvolvidas. Por exemplo, um Ogan pode trabalhar com a psicografia, pode ter a visão dos desencarnados, pode ouvi-los, sentir sua presença, ter uma ótima intuição, etc.

Cambondo Quiçabá - Ogã responsável pelas folhas. Tatá Quivonda - Ogã responsável pelos sacrifícios animais (mesmo que axogum). Tatá Pocó - Ogã responsável pelos sacrifícios animais mas que foi iniciado para incoce (Ogum para o povo nagô). Tatá Muloji - Ogã preparador dos encantamentos com as folhas sagradas e cabaças.

Ogã ( também ogan) na Umbanda esta relacionado a curimba, na dedicação ao toque e canto nos dias de gira. Na Umbanda, esses médiuns são considerados de sustentação e firmeza durante os rituais do terreno, precisando manter a vibração adequada atraves dos diferentes tipos de toques no atabaque e pontos cantados.

O tamboreiro pode ser contratado pelas casas de religião e, geralmente, cobra por sessão (a duração de uma sessão de umbanda é entre 2h e 3h). O tambor é considerado um instrumento sagrado porque é encourado com a pele de um animal (cabra) oferecido a um orixá.

O Ogá se dedica em diversos âmbitos do Candomblé, como aprender os toques e ritmos, as cantigas, os animais, as folhas, adúràs e sàsányìn, copar, etc. Ogán com o tempo pode se tornar um conhecedor de folhas (Èwé), que aprenderam desde como colher e cantar as folhas específicas de cada Òrìsàs.

O Ogã é uma pessoa escolhida diretamente pelo Orixá para exercer a função. Após ser iniciado é denominado Ogã "Confirmado", passando a ter direito à sua cadeira. A palavra vem do yorubá Ògá, significando mestre e senhor.

A expressão “Laroyê, Exú”, por exemplo, que significa “Salve, mensageiro!”, foi muito utilizada em comentários nas redes sociais após notícias da vitória da Escola de Samba Acadêmicos da Grande Rio no carnaval deste ano.

A expressão saravá pode ser entendida como um sinônimo de "salve" ou "bem-vindo", usada quando algum participante chega ao culto afro-brasileiro, por exemplo.