Como saber se sou um quilombola?

Perguntado por: aribeiro . Última atualização: 23 de fevereiro de 2023
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É considerada quilombola aquela pessoa que se autodetermina pertencente a esse grupo. A autoatribuição da identidade quilombola é um processo de reflexão da pessoa que pertence a um grupo historicamente constituído e que reivindica sua identidade como membro desse grupo.

Para que o processo de titulação tenha início, as comunidades interessadas devem entrar em contato com a Superintendência Regional do INCRA do seu estado. A partir daí, o Instituto inicia o estudo destinado à confecção do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) do território.

Entre os beneficiados por este sistema estão candidatos oriundos de comunidades indígenas e quilombolas. As universidades, institutos e centros federais, pelo que determina a Lei de Cotas, devem reservar metade das vagas para estudantes de escolas públicas e, deste percentual, destinar uma parte para indígenas.

Embora a maioria dos quilombolas seja de origem negra, poderão existir quilombolas que não se declarem negros, devido à miscigenação ocorrida ao longo dos anos.

Os quilombolas são os remanescentes de um grupo étnico-racial formado por descendentes de escravos fugitivos durante o período da escravidão no país entre outros grupos que viviam nos chamados quilombos.

Locais de resistência contra a escravidão
Os habitantes dessa comunidade, também denominada de mocambo, eram chamados de quilombolas. Em Angola, no continente africano, a palavra “quilombo” (kilombo) significa povoação ou fortaleza e era onde os guerreiros se preparavam para combate.

Existem comunidades quilombolas em pelo menos 24 estados do Brasil: Amazonas, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São ...

Hoje são pagas mais de 9 mil bolsas para indígenas e quilombolas, sendo, aproximadamente, 6 mil para o primeiro grupo e 3,2 mil para o segundo, com um investimento mensal em torno de R$ 8,3 milhões. Os interessados no benefício podem se inscrever pelo Sistema de Gestão da Bolsa Permanência (SISBP).

Índios e quilombolas podem receber bolsa de R$ 900; saiba como se inscrever.

Estudantes Indígenas aldeados e quilombolas matriculados em instituições federais de ensino superior, independente da modalidade de ingresso e o curso que estivem matriculados, possuem o direito de participar do programa de bolsa permanência, desde que comprovada a residência em uma comunidade tradicional.

Os quilombos eram comunidades formadas por africanos escravizados e seus descendentes. Essas comunidades eram formadas por escravos que fugiam da escravidão, sendo um local onde viviam em liberdade e resistiam à escravidão. Nos quilombos não viviam apenas africanos escravizados, mas também índios e brancos livres.

Pela primeira vez em 150 anos o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está realizando o recenseamento da população quilombola como grupo étnico populacional.

Para esta instituição, o quilombo era: "toda a habitação de negros fugidos que passem de cinco, em parte desprovida, ainda que não tenham ranchos levantados nem achem pilões neles".

Quilombo dos Palmares

O Quilombo dos Palmares surgiu por volta de 1580 e foi o maior quilombo brasileiro, com aproximadamente 20 mil negros fugidos na época do Brasil Colônia.