Como os tupi-guarani vivem hoje em dia?

Perguntado por: dparis3 . Última atualização: 30 de abril de 2023
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Atualmente, os Guarani vivem espremidos em pequenos pedaços de terra cercados por fazendas de gado e por vastos campos de soja e cana-de-açúcar. Alguns não têm terra alguma e vivem acampados na beira de estradas.

A cultura indígena possui importância fundamental na construção da identidade nacional brasileira. Ela está presente em elementos da dança, festas populares, culinária e, principalmente, na língua portuguesa falada no Brasil, que é fruto do processo de aculturação entre povos indígenas, negros e europeus.

Os Guarani eram exímios atiradores com arco e flecha. Usavam pontas de osso ou madeira apontadas em suas flechas. Dedicavam-se também à caça de pequenos animais e aves, como as do gênero Inhambu, galináceos que quase não possuem cauda.

Os guaranis são coletores e caçadores. O espaço físico que habitam é denominado tekoha, terra e se autodeterminam como a extensão da terra onde pisam. Esse conceito está no cerne da maioria das disputas fundiárias vivenciadas pelo povo guarani no Brasil.

Acreditavam nas forças da natureza, na divindade de animais, de plantas e do próprio homem interagindo com todos os elementos. Pela tradição oral repassavam os costumes e as orientações para os rituais de vida e de morte.

Entre as dificuldades enfrentadas pelas comunidades Guarani, destacam-se as seguintes: eles ocupam apenas pequenas porções de terras, insuficientes até mesmo para a subsistência alimentar, sem água potável, sem saneamento básico e afetados por rios e lagos contaminados e poluídos.

Muitos dos hábitos, costumes, alimentação e crenças da sociedade brasileira são herança direta dos povos indígenas, como, por exemplo: o hábito de andar descalço, o costume de dormir em rede, o hábito da pesca e caça, alimentação à base de mandioca, farinha, polvilho, beiju, além das crenças na eficácia das plantas ...

No Estado, os Guarani encontram-se em aldeias no Litoral, Meio-Oeste, Oeste e Extremo-Oeste. Em algumas terras indígenas, existem famílias Guarani compondo espaços com Kaingang e Laklãnõ-Xokleng em áreas demarcadas para estas etnias. Eles também são acolhedores: há famílias de outros povos nos territórios dos Guarani.

A maioria das tribos permanecem isoladas nas florestas, sobrevivendo de caça, coleta e pesca. Além disso, produzem seus próprios medicamentos. Atualmente, alguns indígenas estão saindo de suas tribos para adquirir conhecimentos sobre medicina para ajudarem em suas comunidades.

O índio ainda é visto como aquele que vive na natureza, ao modelo de índio primitivo que vivia na época da chegada dos portugueses ao Brasil de forma isolada da sociedade, sendo-lhe atribuídos diversas características negativas tais como “cruel, bárbaro, canibal, animal selvagem, preguiçoso, traiçoeiro…” (GERSEM, 2006, ...

Além de serem dizimados pelos povos europeus, os índios perderam a sua identidade cultural, devido a miscigenação e a imposição da cultura dita civilizada por parte dos ''homens brancos''.

Na história do povo Guarani, a exploração da erva-mate, a criação de gado, o cultivo de soja e da cana-de-açúcar aparecem como os principais elementos que colocam sua cultura e modo de vida em conflito com os interesses econômicos adotados pelo país.

Analisa-se a economia guarani como um campo não-emancipado do campo social, estando a produção voltada principalmente ao abastecimento alimentar do núcleo doméstico, fundada sobre tecnologia simples, sem complexa divisão do trabalho e com relativa liberdade na utilização dos recursos.

Segundo a publicação, os alimentos básicos da culinária guarani são milho, mandioca, amendoim, palmito, batata-doce, feijão, mel, peixe e carne de caça, consumidos frescos, cozidos ou assados na brasa, sem muito tempero.