Como os jesuítas viam os índios?

Perguntado por: tgentil5 . Última atualização: 30 de abril de 2023
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Apesar de todo o trabalho para evitar que os indígenas fossem escravizados e da criação de meios mais humanizados de educá-los, os jesuítas ficaram marcados também por um profundo desprezo à cultura indígena, uma demonstração da visão etnocêntrica dos religiosos.

A ideia de escravizar os índios era contrária à ética missionária, só que os jesuítas eram também senhores de escravos e produtores, o que gerava maior desconfiança por parte dos moradores da Colônia.

DOS ÍNDIOS DO BRASIL, 1549-16001
A forma da catequese diz respeito à atuação dos jesuítas e à assimilação pelos índios. Os jesuítas pertenciam à sociedade portuguesa quinhentista e agiam, por conseguinte, segundo a visão de mundo dessa sociedade.

Eles desprezam os casamentos, os batismos e transformam tudo isso num pecado. E isso impede que esses povos ajam e reajam diante de acontecimentos políticos, da negação de direitos, diante da negativa de terem a possibilidade de seus territórios sejam demarcados”, adverte.

Os jesuítas possuíam técnicas para abordar os povos indígenas e faziam sua comunicação com eles por meio da língua geral, um idioma que misturava elementos do português e de línguas nativas, como o tupi. Por certo tempo, essa foi a língua mais falada no Brasil.

Na Europa, o objetivo dos jesuítas era evitar o aumento do número de protestantes. A Companhia de Jesus havia sido fundada em 1534, pelo militar Santo Inácio de Loyola, no contexto da Reforma e da Contrarreforma religiosa. Na colônia, pretendiam também impedir que os protestantes realizassem a catequização indígena.

expositivo

O método de ensino utilizado pelos jesuítas era principalmente expositivo, livresco, com pouco ou nenhum sentido prático. O cul- tivo da língua nativa e das Humanidades contrastava com o, nem sempre, ajustado, mas inevitável Latim.

Eles eram liderados por Manuel da Nóbrega e tinham como principal missão a cristianização dos nativos e zelar pela Igreja instalada no Brasil colonial.

Eles queriam as índias para sexo e os índios para trabalho. E os jesuítas eram muito mais sofisticados do que isso".

A atuação dos jesuítas contra a escravização dos indígenas criou diversos conflitos com colonos interessados nessa atividade. A pressão dos jesuítas para que a Coroa portuguesa proibisse a escravização indígena resultou em leis que determinaram a proibição da escravização indígena em 1570, 1587, 1595 e 1609.

Os Jesuítas seriam os responsáveis pela cristianização dos povos nativos e, assim, ajudariam a justificar a presença europeia na América. No entanto, eles impuseram uma cultura que acabou destruindo o modo de vida de vários povos indígenas. Além disso, os religiosos estavam em conflito constante com os colonos.

Os jesuítas encontraram na nova terra grandes dificuldades para doutrinar e converter os nativos à fé cristã. Algumas das dificuldades eram referentes aos índios, como os costumes (antropofagia, poligamia, nomadismo), outras diziam respeito aos próprios portugueses.

Nesse contexto, a Igreja Católica, o Estado e os positivistas lutavam pela tutela e pela gestão das populações indígenas, por recursos financeiros e pelo apoio da opinião pública.

O principal objetivo era catequizar os índios. A catequização, no entanto, tinha efeitos colaterais que não interessavam aos conquistadores portugueses. Para que adotasse a fé cristã, a população indígena tinha de ser instruída e ganhava conhecimentos de leitura e escrita.

O impacto da catequização para os indígenas
A ação dos jesuítas, causou um profundo impacto ao impor aos nativos um modo de vida cristão, condenar suas práticas e crenças tradicionais, alterar suas estruturas sociais desvalorizando a função dos pajés e substituindo seu tipo de moradia.

Os indígenas já foram evangelizados por brancos estrangeiros e brasileiros e, no início dos anos 2000, uma “terceira onda” missionária começou a se formar e agora vem ampliando terreno. São indígenas que evangelizam indígenas.