Como os indígenas reagiram a tentativa de escravidão?

Perguntado por: ecurado . Última atualização: 29 de abril de 2023
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Resposta. A reação deles foi violenta: Guerras, ataques ás lavouras, motins contra os portos e a negação de realizar comércio com os Lusitanos. Espero ter ajudado!

Em março de 1556, no interior da Baía de Guanabara, tupinambás orquestraram uma revolta contra franceses, que estavam nesta região a fim de estabelecer uma colônia, a França Antártica. Nela, pretendiam garantir a exploração de pau-brasil e conseguir um espaço para os protestantes franceses exercerem livremente sua fé.

Violência, extermínio e submissão. Ainda hoje vigora a narrativa de que o primeiro contato entre portugueses e indígenas foi assim. Será que essa narrativa está realmente alinhada a todos os fatos? Os índios nunca tinham visto pessoas como aquelas e com tais roupas.

Em diversos casos, temos no imaginário que os índios não aceitaram a escravidão porque eram "preguiçosos" e não estavam acostumados a trabalhar. Mas na verdade, eles foram muito resistentes à colonização, mesmo não tendo tantos anticorpos para resistir às doenças trazidas da Europa quanto os negros, trazidos da África.

Isto devido a dois fatos, em especial: os indígenas conheciam muito bem os territórios – o que dificultava sua captura e facilitava a fuga – e os padres jesuítas os defendiam da escravidão para que pudessem catequizá-los.

Os índios e os portugueses: o encontro de duas culturas. Durante os primeiros anos do descobrimento, os nativos foram tratados "como parceiros comerciais", uma vez que os interesses portugueses voltavam-se ao comércio do pau-brasil, realizado na base do escambo.

Com a chegada da primeira leva de europeus, logo no primeiro século, a população indígena foi reduzida a quatro milhões, com as doenças e o extermínio. Atualmente, no Brasil, são cerca de 450 mil indígenas distribuídos por todo o território brasileiro.

Historiador mostra como a doutrina católica enfrentou resistência dos nativos no início da colonização da América. Em vez de simplesmente incorporarem o cristianismo, os indígenas realizaram um diálogo intercultural, modificando ou rejeitando conceitos trazidos pelos europeus.

Entre as diferentes formas de resistência dos escravos podem ser mencionadas as fugas coletivas, ou individuais, as revoltas contra feitores e seus senhores (que poderia ou não ter o assassinato desses), a recusa em trabalhar, a execução do trabalho de maneira inadequada, criação de quilombos e mocambos etc.

Quer dizer, a escravidão era legitimada mesmo em caso de índios que não eram inimigos, e, além disso, havia formas dissimuladas de escravização dos índios amigos, como pelas chamadas “administrações particulares”.

As principais eram provar que os índios em questão eram bravios, não aceitavam a catequização, atacavam os colonos e eram antropófagos. A estes deveria ser decretada a Guerra Justa.

Os primeiros contatos entre os portugueses e os nativos indígenas brasileiros foram de estranhamento mútuo, e, ao mesmo tempo, marcados pela paz nas relações entre ambos, de maneira que o escambo foi comum e serviu como forma de intercâmbio entre ambas as culturas.

Inicialmente, o nome dado pelos indígenas que aqui habitavam era Pindorama; depois do descobrimento foi chamado de Ilha de Vera Cruz (1500), Terra Nova (1501), Terra dos Papagaios (1501), Terra de Vera Cruz (1503), Terra de Santa Cruz (1503), Terra Santa Cruz do Brasil (1505), Terra do Brasil (1505), e, finalmente, ...

Os índios tupis chamavam os portugueses de peró e os franceses de mair, palavras cujo significado permanece controverso.

A fuga para regiões mais distantes, a indisponibilidade para o trabalho intensivo exigido pela Coroa e a presença jesuíta na defesa dos índios fizeram com que os portugueses repensassem formas de mão de obra para a lavoura de cana-de-açúcar. A escravidão africana mostrou-se lucrativa e mais vantajosa do que a indígena.

A pressão dos jesuítas para que a Coroa portuguesa proibisse a escravização indígena resultou em leis que determinaram a proibição da escravização indígena em 1570, 1587, 1595 e 1609. Essas leis defendiam que somente em caso de “guerra justa” é que os indígenas poderiam ser escravizados.

As causas da escravidão indígena estão ligadas principalmente ao propósito dos portugueses em colonizar o Brasil. Ao contrário do que houve na América do Norte, os colonizadores portugueses não deixaram seus reinos para morar aqui. Eles vinham apenas para explorar as riquezas do Brasil.

Para Bessa, do Programa de Estudo de Povos Indígenas da Uerj (Pró-Índio), a abolição da escravidão indígena ocorreu somente de forma definitiva depois, por iniciativa do marquês de Pombal. Primeiro, por lei de 6 de junho de 1755, válida para o Estado do Grão-Pará e Maranhão.

O fim da escravidão indígena ocorreu em dois momentos. Em 1755, com uma lei válida apenas para o Estado Grão-Pará e Maranhão e em 1758, quando a lei foi estendida para todo o país. Você já conhece a página oficial do CNS no Facebook?

A cultura indígena era baseada essencialmente na vingança e, dessa forma, a captura do inimigo não tinha fins lucrativos. Ao contrário dos povos africanos, que construíam reinos estruturados com base no comércio negreiro com os estrangeiros.

O indígena geralmente é visto como uma cultura totalmente fora de nossa realidade, uma cultura isolada e que até nos dias atuais continua vivendo de forma isolada e sem contato com as novas tecnologias, conhecimento político e de civilização.