Como os indígenas eram tratados pelos portugueses?

Perguntado por: amodesto . Última atualização: 5 de fevereiro de 2023
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Durante os primeiros anos do descobrimento, os nativos foram tratados "como parceiros comerciais", uma vez que os interesses portugueses voltavam-se ao comércio do pau-brasil, realizado na base do escambo.

Índios brasileiros foram tratados como escravos e castigados em troncos - Nacional - Estado de Minas.

A chegada dos portugueses foi uma verdadeira catástrofe para os nativos e resultou no extermínio de muitos povos indígenas no Brasil em decorrência de conflitos armados, doenças trazidas pelos europeus e pelo processo de escravização.

Segundo os tupi-guaranis, os índios se originaram dos anciães que os fizeram com o objetivo de guardarem a terra. Em 1500, os índios eram selvagens que viviam da agricultura, caça e pesca. Não possuíam classes sociais e nem prioridades.

Esses habitantes nativos e suas comunidades foram chamados pelos europeus de indígenas, fazendo referência às Índias, local ao qual os portugueses acreditavam ter chegado.

De acordo com o Código Civil da República (Lei no 3.071), confirmado em 1916, os indígenas foram classificados como populações “incapazes” de exercerem seus direitos e de atuarem efetivamente como cidadãos.

O primeiro contato entre portugueses e índios foi marcado pelo espanto diante do novo, do diferente. Inicialmente, não houve violência, mas sim um contato amistoso e movido por boa disposição.

A carta régia de 13 de Maio de 1808 significou para os nativos a sua exclusão, não apenas sua exclusão física, mas a cultural também, principalmente. A lei irá legalizar e permitir a escravidão indígena.

A pressão dos jesuítas para que a Coroa portuguesa proibisse a escravização indígena resultou em leis que determinaram a proibição da escravização indígena em 1570, 1587, 1595 e 1609. Essas leis defendiam que somente em caso de “guerra justa” é que os indígenas poderiam ser escravizados.

Os índios tupis chamavam os portugueses de peró e os franceses de mair, palavras cujo significado permanece controverso.

Durante os primeiros anos do descobrimento, os nativos foram tratados "como parceiros comerciais", uma vez que os interesses portugueses voltavam-se ao comércio do pau-brasil, realizado na base do escambo.

Viviam basicamente da caça, pesca e agricultura. Tinham um contato total com a natureza, pois dependiam dela para quase tudo. Os rios, árvores, animais, ervas e plantas eram de extrema importância para a vida destes índios.

As lutas resultaram em mortes de muitos indígenas e na destruição das aldeias do Caju e Mortiguera. Os tupinambás sofreram abusos e foram tratados com violência. Em reação a essa conduta dos portugueses, as tribos se uniram para atacar os colonos na área de Belém.

A colonização portuguesa teve como principais características a submissão e o extermínio de milhões de indígenas. O processo de colonização portuguesa no Brasil teve um caráter semelhante a outras colonizações europeias, como a colonização espanhola, que conquistou e exterminou os povos indígenas.

Antes de ser Brasil, o país era chamado pelos índios de Pindorama, que na língua nativa significava “região ou país das palmeiras”.

Dessa forma, pode-se perceber que os europeus não viram os indígenas como seres humanos com um modo de vida diferenciado, mas identificaram-nos com os “homens selvagens”, desclassificando seus costumes e hábitos.

Esse contato não foi, inicialmente, de todo violento. Foi nele que aconteceram os chamados escambos - as trocas de produtos entre portugueses e indígenas. Os indígenas extraíam pau-brasil para os portugueses e recebiam em troca objetos como espelhos, facões e foices.

Valorizam a vida comunitária que envolve a realização de trabalhos familiares e comunitários. Reconhecimento e valorização pelas lideranças tradicionais e novas que organizam o funcionamento da vida comunitária, entre o cotidiano, eventos, encontros, assembleias e festas.

Ao longo de todo o período colonial, os índios foram enquadrados no universo legal português como súditos da Coroa. O enquadramento valia tanto para os que acabaram classificados na legislação como “índios mansos” como para aqueles que não aceitavam viver pacificamente ao lado dos portugueses, os “índios bravios”.

Essas representações dos nativos feitas pelos europeus eram formuladas com base no mundo que eles conheciam. Muitos artistas nunca estiveram no Brasil ou viram um indígena. Por isso, retratavam os costumes indígenas com base em seus valores e suas crenças.

Os Tupi habitantes do litoral, que tiveram um contato mais direto e amistoso com os portugueses, foram melhor conhecidos. Nem todos, no entanto, aliaram-se ao lusos. Os Tupi dividiam-se em vários sub-grupos para os quais as guerras intertribais tinham função essencial, como assinalou Florestan Fernandes.