Como os indígenas enxergam a morte?

Perguntado por: imenezes8 . Última atualização: 1 de maio de 2023
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Os indígenas sul-americanos, segundo a antropóloga Branislava Susnik (1983, p. 54), não manifestavam medo da morte, mas um profundo medo dos mortos, das almas dos mortos que colocavam em perigo as almas dos parentes vivos.

Indígenas acima de 50 anos morreram mais por doenças circulatórias (28,6%), respiratórias (15,4%) e neoplasias (14,6%); e no restante da população brasileira, essas causas representaram 31,5%, 13,6% e 19,0%.

Os índios produzem para viver, e a produção deles significa a possibilidade de viver melhor. Ao passo que o nosso sistema de concentração, da monocultura, não é somente agressivo à terra, mas acumula nas mãos de uns poucos a fortuna e os privilégios do poder.

O Kuarup ocorre sempre um ano após a morte dos parentes indígenas. Os troncos de madeira representam cada homenageado. Eles são colocados no centro do pátio da aldeia, ornamentados, como ponto principal de todo o ritual. Em torno deles, a família faz uma homenagem aos mortos.

Xawara é também o nome do que chamamos booshikë, a substância do metal, que vocês chamam "minério". Disso temos medo. A xawara do minério é inimiga dos Yanomami, de vocês também. Ela quer nos matar.

As religiões animistas (aquelas que colocam como seres sobrenaturais e divinos elementos da natureza, como o Sol, a Lua e as florestas) compunham o imaginário religiosos dos povos indígenas.

Eram considerados ingênuos, simplórios, sem religião, acreditavam que eram tomados por influência demoníaca ao que se julgava pelos seus ritos e costumes. Optou-se por encarar o indígena como humano, mas não sem definir sua desigualdade em relação ao europeu.

Segundo o professor de genética Francisco Salzano, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), estudos indicam que os olhos dos orientais ganharam esse formato ao longo do tempo com a função de proteger esses órgãos e o sentido da visão das baixas temperaturas e da grande luminosidade provocada pelo reflexo ...

Na busca pela luta e conquista de direitos, os povos indígenas reivindicam a representatividade como um meio de exercerem seu papel enquanto cidadãos brasileiros. Hoje, há grupos que defendem e buscam inserir indivíduos em diversas esferas sociais e políticas, a fim de ampliarem a defesa de seus direitos.

Em 2021, foram 107 mortes entre indígenas — só pela desnutrição. Em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação, na sexta-feira, a ministra dos Povos Indígenas Sônia Guajajara destacou a situação de vulnerabilidade de diversos povos.

O número de indígenas assassinados no Brasil entre 2019 e 2022 chegou a 795. Só no ano passado, foram 180. Esse é o destaque do relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), divulgado nesta quarta-feira (26).

Acreditavam também na vida após a morte, quando o espírito do morto iniciava uma viagem para o Guajupiá, um paraíso onde se encontraria com seus ancestrais e viveria eternamente.

Segundo o escritor Guarani Olívio Jekupé: “a gente sofre preconceito porque a sociedade sempre vê o índio como aquele primitivo que não vai crescer, e quando o índio mostra o seu talento, aí vem o preconceito, o racismo.

Entre eles, o mito de serem improdutivos e gerarem despesas ao Estado, incentivando a banalização da cultura, apagamento histórico, tomada de seus territórios para atividades de desmatamento e garimpo ilegal, entre outros.