Como os egípcios conservavam o corpo após a morte?

Perguntado por: olancastre . Última atualização: 25 de maio de 2023
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Os antigos egípcios, motivados por questões religiosas, conservavam o corpo de seus mortos através da mumificação.

A crença na vida após a morte e a mumificação
Um elemento central na religião dos egípcios era a crença na continuidade da vida após a morte. Os egípcios acreditavam que a vida terrena era apenas uma etapa de uma jornada que continuaria e que, por isso, seria necessário levá-la da maneira mais justa possível.

A mumificação era realizada em, basicamente, três etapas, de acordo com o museu: retirada dos órgãos internos, secagem do corpo e cobertura do cadáver. O primeiro passo era a remoção de todos os órgãos internos que poderiam se deteriorar rapidamente.

36 horas

O embalsamamento de cadáver consiste em um processo que possui objetivo de manter a preservação a longo prazo. Geralmente, esse tempo é de até 36 horas após a morte. A meta é deixar o corpo estável para que todas as fases importantes depois da morte possam ocorrer.

Isto se deve ao fato de serem ambientes geralmente frios, ácidos e anaeróbicos. Além disso, muitos têm um tipo de musgo (Sphagnum, ou esfagno) que cria mudanças químicas capazes de frear a atividade microbiana, o que ajuda na preservação dos tecidos.

A mumificação no Egito Antigo era um processo ritualístico fundamental na religiosidade daquele povo, pois preservando o corpo, acreditava-se que o espírito, após a morte, teria uma vida eterna confortável. Também por isso, os corpos eram enfeitados, enterrados com seus pertences e até com animais (também mumificados).

Nas missivas aos falecidos, os vivos pediam geralmente para nao serem perseguidos por espiritos descontentes e malvados. Pela crenca no poder dos mortos de influenciar acontecimen- tos, os terrenos ainda pediam auxilio nas disputas com os proprios vivos.

Os corpos eram cobertos por cristais de natrão que sugavam os líquidos do corpo. Essa técnica de conservação foi completada pelos processos de evisceração (retirada das vísceras) e excerebração (retirada do cérebro) para evitar que sua decomposição se espalhasse pelo corpo.

O processo de embalsamamento era realizado perto do túmulo e dividido em dois períodos principais, cada com com 35 dias: secagem e embrulhamento. Durante a primeira etapa, o corpo era purificado e os órgãos, removidos. No quarto dia, ocorria o tratamento com natrão seco.

Os povos antigos acreditavam que os mortos habitariam outras dimensões e por isso colocavam, junto deles, os objetos que mais gostavam, inclusive depositando sobre o túmulo comida e bebida.

Índice

  • 3.1 Mumificação solar do Egito faraonítico.
  • 3.2 Mumificação osiriana.
  • 3.3 Mumificação para pessoas de classe baixa.

As mulheres eram bem tratadas no Antigo Egito. Elas podiam receber uma remuneração e ter propriedades. A lei egípcia reconhecia seus direitos e elas podiam ir aos tribunais reclamá-los, se sentissem que estavam sendo tratadas de forma injusta.

Veja como era o passo a passo do processo de mumificação:

  • Limpeza geral. O ritual acontecia em tendas às margens do rio Nilo, em uma região onde ficavam os cemitérios. ...
  • Vazio por dentro. Para evitar a decomposição do corpo, os órgãos internos eram removidos. ...
  • Proteção máxima. ...
  • Bem seco. ...
  • Tratamento de beleza. ...
  • Da cabeça aos pés.

Decorrente da putrefação e dos gases gerados, bichos e insetos são atraídos pelo odor exalado. Moscas, por exemplo, passam a habitar e a pôr ovos no corpo do falecido. Desses germens saem larvas, que utilizam o cadáver para viver e se alimentar. Essa etapa pode durar de 24 a 48 horas.

Há religiões que dizem que o espírito fica 24 horas no corpo e que, por isso, deve-se esperar esse tempo para o enterro. Mas a origem da tradição da espera mínima de 24 horas pode ter a ver com uma doença que a faz a pessoa parecer estar morta sem estar, a catalepsia patológica.