Como o rap é visto hoje em dia?

Perguntado por: agouveia . Última atualização: 23 de fevereiro de 2023
4.8 / 5 15 votos

Hoje, o rap nacional ultrapassou as barreiras de classe, cor e gênero no Brasil: se antes o estilo era considerado uma expressão das classes subalternas, majoritariamente feito por homens negros e sem receber muitos holofotes da indústria cultural, hoje é cultuado em horário nobre em programas de rádio e TV, assim como ...

O Rap, no início, era considerado “funk falado” e foi duramente criticado e pouco aceito pela sociedade, pois era considerado imoral, sendo associado a uma imagem violenta e criminosa (CAMARGOS, 2015).

Se hoje o Hip Hop é o estilo musical mais popular e comercialmente bem-sucedido do mundo, a história do gênero é de superação e resistência como um verdadeiro estilo de vida – ligado diretamente à afirmação da identidade da juventude negra nas periferias dos EUA e de outras grandes cidades do mundo.

A marginalização da cultura Hip Hop que inclui o rap e o grafite, se deu pela sua origem e suas letras. Os rappers utilizavam das batidas realizadas por Djs (disc-jóquei) para cantar suas canções com letras que citavam as dificuldades que viviam em suas comunidades.

Grande parte dos raps brasileiros possuem tom de crítica social e de narração do cotidiano nas periferias brasileiras. Exatamente por isso, o gênero é muito explorado pelos vestibulares, especialmente em questões que relacionam a cultura com a realidade socioeconômica.

Quando se fala de Funk e RAP, existe muito preconceito com os artistas, simplesmente por terem vindo de favelas ou comunidades periféricas. Ao ponto de não aceitarem que essa vertente musical possa fazer sucesso.

É importante esclarecer que o rap é um meio de expressão para os jovens e é dessa forma que eles fazem seus discursos contundentes e questionadores sobre suas condições sociais, econômicas, culturais e educacionais.

Os rappers, que a nosso ver são os principais agentes do movimento, promovem a comunicação popular entre a sua comunidade; criam identidades que fortalecem o grupo negro e produzem contranarrativas para minar os discursos dominantes que, de algum modo, acabam por criar identidades proscritas sobre o seu grupo.

O que o movimento do Rap defende? A expressão política, social e cultural das classes menos favorecidas. Isto é, aquelas que vivem “à margem” da sociedade. O combate ao racismo, à exclusão, ao privilégio branco e à violência policial.

“O hip hop é um movimento completamente ligado ao povo negro. Principalmente, ao povo de periferia. Ele nasce com uma proposta de lutar contra o racismo”, disse o produtor musical e rapper Russo APR. A rapper paulistana Preta Rara também ressaltou a importância do hip hop na luta contra o racismo.

Rap é um tipo de música que é falada, não cantada, em rima ao ritmo de uma batida musical. A palavra rap vem de uma gíria dos anos 1960 para conversa. frequentemente , a música rap usa trechos de outras canções, um hábito conhecido como "amostragem".

Na década de 1980, o rap sofreu uma mistura com outros estilos musicais, dando origem a novos gêneros, tais como: o acid jazz, o raggamufin (mistura com o reggae) e o dance rap.

Por meio do rap, da dança ou do grafite, o hip-hop pode transmitir mensagens e tornar visível a solidariedade internacional e as lutas pela igualdade e contra todas as formas de dominação e discriminação.

A moda Hip Hop traz consigo a essência da subcultura que ganha novos significados ao se desenvolver, ela associa o desejo de consumo com a busca por pertencimento e representatividade, ela emancipa os negros das modas limitantes para se expressarem com mais liberdade.

Além de buscar a construção de uma identidade negra, que se posiciona fortemente contra o preconceito de cor, é dada também ênfase ao marginalizado que vive na periferia. "Para o Hip Hop, marginalizado é quem vive na periferia. O que une é a desigualdade social, e a maioria é negra" explica Magro.

A arte do Movimento Hip Hop possibilita aos jovens a valorização de si mesmo e da periferia, informação e conhecimento e substituição da violência pela força das idéias e das palavras. Palavras-chave: rap, hip hop, arte, narradores, cultura, política.

O MC comenta que o maior intuito do rap é dar voz às minorias. “Além de valorizar a periferia, queremos dar voz aos excluídos. Nós somos a voz deles, que podem se sentir sempre representados pelo rap e pelo hip hop. A gente do movimento quer o bem do branco, do preto, do homem, da mulher”, destaca.

O Rap acaba assumindo um compromisso de retratar a realidade das periferias, denunciar as inúmeras problemáticas que a pobreza e o preconceito racial trazem para esses locais, e para, além disso, trazer o conhecimento.

A proposta é garantir a livre circulação das pessoas com problemas mentais pelos serviços, pela comunidade e pela cidade. A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) estabelece os pontos de atenção para o atendimento de pes- soas com problemas mentais, incluindo os efeitos nocivos do uso de crack, álcool e outras drogas.

Além das denúncias sociais, as músicas também debatem a importância da solidariedade, humildade, paz e união da favela, além de ressaltar sempre o orgulho de ser periférico e adepto à cultura hip-hop.

Mano Brown, Ice Blue, KL Jay e Edi Rock são os Racionais MC's e marcaram a história da música popular brasileira e a identidade do Hip Hop nacional, fazendo parte da trajetória da juventude negra e periférica dos anos 90.