Como o pobre é visto na sociedade?

Perguntado por: umelo . Última atualização: 5 de fevereiro de 2023
4.6 / 5 15 votos

O pobre, assim, é visto por essa mesma sociedade capitalista, que reifica as relações humanas e mercantiliza todas as esferas da vida cotidiana, como um perdedor, um ser desvalorizado socialmente, um ser desprovido de competências individuais para alcançar um determinado patamar financeiro (Freire, 1989; Guareschi, ...

Em valores atuais, considera-se pobre no Brasil aquele indivíduo que vive com menos de R$ 457 ao mês. A extrema pobreza, por sua vez, está situada abaixo do valor de R$ 154 mensais.

A desigualdade na distribuição da renda e das oportunidades de inclusão econômica e social representa o principal determinante dos elevados níveis de pobreza que afligem a sociedade brasileira.

A resposta usual à pergunta acima passa pela perda do poder compra do salário influenciada pelo aumento no ritmo dos reajustes de preços. Ou seja, o aumento do custo de vida provocado pela inflação diminui a quantidade de bens e serviços que a grana do trabalhador pode comprar.

Os pobres ativos são incluídos no rol da cidadania, assim, num momento em que o cidadão que se produz está menos próximo do ideal da integração social do que da sua inclusão no jogo, isto é, da redução das políticas sociais à manutenção da competitividade do cidadão nos mercados, onde deve provar seu valor.

A pobreza deve ser entendida como a privação da vida que as pessoas realmente podem levar e das liberdades que elas realmente têm. A expansão das capacidades humanas enquadra-se justamente nesse ponto.

Linha da pobreza no Brasil
A linha da pobreza vem aumentando de forma significativa no Brasil. Os últimos dados apresentados pelo IBGE, referentes ao ano de 2021, apontam que há cerca de 62,5 milhões de pessoas na pobreza, e 17,9 milhões de indivíduos desse grupo são classificados como pessoas em extrema pobreza.

De acordo com o professor de Ciência Política do Ibmec-MG e PhD em Teoria Política e Econômica pela Universidade de Genova, Adriano Gianturco, “a pobreza é um conceito absoluto no que se refere aos indivíduos, e a desigualdade se compara aos outros”.

Com o aumento, o país passou a ter 62,5 milhões de pessoas (29,4% da população) abaixo da linha da pobreza, incluindo 17,9 milhões de pessoas na pobreza extrema (8,4%). Em outras palavras, aproximadamente um a cada três brasileiros era pobre em 2021.

Sérgio Libilo

  • Pobreza Condicional – “Que depende de certas condições.” ...
  • Pobreza Circunstancial – há uma definição um pouco fora de contexto, por ser jurídica, mas que encaixa-se como uma luva para retratar este ponto: ...
  • Pobreza Habitual – “em que há aceitação”

2021. A taxa de pobreza das populações preta e parda é duas vezes maior do que entre a população branca. Em 2021, considerando a renda de U$$5,50 por dia, a taxa de pobreza entre pessoas brancas era de 18,6%. Entre pretas o percentual disparou para 34,5, enquanto para pardas foi a 38,4%.

Entre as causas estão a globalização, a reestruturação do mercado de trabalho, a diferença de renda, a decadência do Estado de bem-estar social e a mercantilização da moradia.

À medida que a desigualdade social se alastra, a população é afetada de diversas maneiras e isso pode diminuir a motivação das pessoas em lutar por mudanças. De forma resumida, essa realidade pode gerar níveis altos de desemprego, desnutrição, doenças, violência, miséria, marginalização, mortalidade etc.

Motivos da pobreza no Brasil

  • o baixo investimento no sistema educacional;
  • a grande disparidade de trabalho e renda entre as pessoas;
  • o preconceito existente na sociedade;
  • a presença de um grande número de trabalhadores informais;
  • a ausência de políticas de geração de renda.

O nosso cérebro pode ser afetado pela pobreza? Crianças que vivem em condições menos favorecidas apresentam, em geral, pior desempenho na escola. A explicação pode estar na má alimentação, em situações de estresse no ambiente familiar ou na falta de atenção que recebem dos pais, entre outros fatores.

A nível internacional, a linha de pobreza mais frequentemente utilizada é a do Banco Mundial, que define a extrema pobreza como a renda inferior a U$1,90 por dia. Ela é usada para fins de comparação entre os níveis de pobreza em diferentes países.

Essa interpretação de que os(as) pobres são pobres porque não querem trabalhar parte de uma visão ingênua acerca dos processos sociais, econômicos e das relações políticas que regem o desenvolvimento econômico e a apropriação da riqueza, da renda do trabalho, sua concentração e sua apropriação nas relações de classe.

A pobreza pela exclusão social, falta de educação e informação inviabiliza o acesso aos direitos da pessoa humana, negando assim sua inserção no ambiente social e consequente competitividade em situação igualitária com os demais cidadãos.

De acordo com esse ponto de vista, pobre seria todo aquele cujo nível de renda ou consumo per capita de sua família ou domicílio ficasse abaixo do mínimo essencial para suprir necessidades humanas básicas. Esse mínimo é, usualmente, chamado “linha de pobreza”.