Como o corpo era contemplado na Grécia antiga?

Perguntado por: roliveira8 . Última atualização: 18 de maio de 2023
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Desde a Grécia Antiga, o corpo é encarado como um santuário. Os Jogos Olímpicos representavam essa visão, com toda a beleza de corpos atléticos e vigorosos. Ficava clara a concepção de que um corpo bonito e saudável era sinônimo de beleza e virilidade.

Deuses e homens
Assim, desejar um corpo belo, forte e rápido era um meio de se aproximar dos deuses e, com isso, da perfeição. Não era somente essa busca divina que fazia os gregos dedicar especial atenção ao corpo.

O antropomorfismo (esculturas em formas humanas) retrata as veias, os nervos e músculos humanos nas figuras esculpidas. As esculturas viraram símbolos da arte grega, representando a sua religião e a sua mitologia.

Grécia antiga (500 a.C. a 300 a.C.)
Pele branca, seios fartos, coxas grossas e cintura larga configuravam o padrão da época.

O padrão estético grego foi mantido pelas romanas: pele branca que era ressaltada com pó de giz e fezes de crocodilo moídas passadas no rosto. As plebeias disfarçavam as sardas e manchas do sol com cinzas de caramujo.

Apesar dos estereótipos que retratam os homens gregos como geralmente baixos, graças à dieta mediterrânea saudável e ao clima ameno, a população masculina da Grécia tem uma altura média de mais de 172,5 cm.

Segundo historiadora britânica Bettany Hughes, homens bonitos eram 'atléticos e musculosos'; já mulheres precisavam ser 'cheinhas' Na Grécia Antiga, as regras de beleza eram todas muito importantes. A vida era mais fácil para homens que eram musculosos e bem cuidados.

O corpo era valorizado pela sua saúde, capacidade atlética e fertilidade. Para os gregos, cada idade tinha a sua própria beleza e o estético, o físico e o intelecto faziam parte de uma busca para a perfeição, sendo que o corpo belo era tão importante quanto uma mente brilhante.

As romanas almejavam uma pele lisa, sem rugas, cicatrizes ou manchas. As mulheres tinham que ter cuidado com os cosméticos porque aplicá-los em excesso só era considerado adequado para lupas (prostitutas).

Segundo sua concepção a estrutura do corpo obedece às leis da dimensão e proporção, de maneira tão perfeita que poderia ser transposta para a arquitetura. Foi a partir desse pensamento que as cidades romanas foram planejadas, revelando os princípios de uma sociedade bem organizada.

Cada vez mais o corpo é visto como algo que se revela aberto a mudanças, como um processo vivo, em constante transformação. Um corpo individual, diferenciado, mas permeado pelo meio, por suas experiências em ação com o mundo, em permanente relação.

A educação grega era um modo de formação que buscava educar o corpo e a mente, a partir das atividades relacionadas com a cultura grega e sua filosofia. Mente e corpo unidos num método que, apesar das transformações ao longo dos séculos, influenciou todo o modo de compreender o papel da educação.

Nas esculturas femininas, chamadas “kore”, é possível perceber túnicas cobrindo os corpos. Já os homens ou “kouros” apresentavam músculos definidos e pernas separadas, os primeiros aspectos de movimento.

Na Pré-História, o ideal de beleza feminina eram justamente as mulheres voluptuosas, cheias de curvas generosas nos seios, barriga, bumbum e coxas. Você já deve ter visto uma imagem da famosa Vênus de Milo, que corresponde exatamente a essa descrição.

O belo clássico define-se na arte grega com base em um ideal de perfeição, harmonia, equilíbrio e graça que os artistas procuram representar pelo sentido de simetria e proporção (Praxíteles, Hermes com o Jovem Dionisio, 350 a.C.).

O papel da mídia como grande responsável por propagar os conceitos de padrão de beleza, também é muito discutido. A televisão e o cinema, por exemplo, ajudaram a construir a ideia de um determinado padrão ideal associado à beleza. Atualmente, as redes sociais também têm grande influência na difusão deste padrões..

O corpo ideal é considerado o “corpo perfeito”, ou seja, tido como o padrão estético idealizado pela sociedade dominante, que dita o que é bonito e feio, assim como o que está na moda, tanto para os homens como para as mulheres.

Concluiu que a civilização grega não tinha à época um senso de cor desenvolvido e vivia em um mundo preto e branco, com algumas pinceladas de vermelho e de brilhos metálicos.