Como Michel Foucault percebe o poder?

Perguntado por: ocardoso . Última atualização: 24 de maio de 2023
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Para Michel Foucault, o poder acontece como uma relação de forças. Sendo assim, o pensador francês apresenta dois dispositivos utilizados pela sociedade para a justi- ficação do poder e para a domesticação dos corpos que compõem o espaço social, são eles: vigilância e punição.

A intenção de Michel Foucault é investigar as grandes transformações do sistema estatal, jamais diminuir a força do Estado; mas configurar a ideia de que o Estado seria o órgão central de poder. Foucault diz que junto com as instituições disciplinares surge também os mecanismos de dominação do indivíduo.

Como conseqüência dessa fusão conceitual, Foucault concebe o fenômeno político como campo de forças, como acontecimento estratégico ou como a “continuação da guerra por outros meios”. Pretende-se, por meio deste trabalho, pensar acerca da desejabilidade normativa de tal concepção política.

Depois de comparar diferentes concepções correntes de poder, mostrando sua de- pendência da noção de um soberano, define-se o poder em Foucault como uma relação assimétrica que institui a autoridade e a obediência, e não como um objeto preexistente em um soberano, que o usa para dominar seus sú- ditos.

O que é poder? Para além de ter a autoridade, o comando ou simplesmente a faculdade de ser capaz de algo, por atributos físicos ou intelectuais, o poder é uma força que permeia as relações sociais desde o início da sociedade humana.

A palavra poder denota a capacidade presente de fazer.
O poder é força, capacidade e, ao mesmo tempo, autoridade. Trata-se da capacidade de imposição ou de conquista, seja pela força bruta, seja pelo convencimento.

Foucault cria a ideia de sociedade disciplinar para tentar dar uma resposta à altura do fracasso dos ideais iluministas. Fracasso porque percebemos que nossas sociedades – construídas com base na universalidade da razão, no contrato do consenso social – estão mais para impotentes do que modernas.

O poder é exercido, seja para impor uma vontade a outrem, para compor interesses diferentes e até mesmo divergentes ou para fazer valer uma norma coletiva capaz de promover a harmonia nas relações humanas. O fato é que a relação de poder é um fator inerente à vida em sociedade.

Em 1978, no curso intitulado Segurança, território, população, Foucault estabelece como fio condutor de suas análises o estudo do biopoder, definindo-o como "o conjunto dos mecanismos pelos quais aquilo que, na espécie humana, constitui suas características biológicas fundamentais, vai poder entrar numa política, numa ...

Na sociedade de controle Foucault define duas formas de poder: o poder disciplinar, que se aplica ao corpo por meio das técnicas de vigilância e das instituições punitivas; e o poder ao qual ele denomina de biopoder, que se exerce sobre a população.

Segundo Foucault, a sociedade faz uso abusivo do poder através das instituições, escolas e prisões, por exemplo. A era moderna é definida através da disciplina, que nada mais é do que um meio de dominação que tem como objetivo domesticar o comportamento humano.

Ao afirmar que “em qualquer sociedade, o corpo está preso no interior de poderes muito apertados, que lhe impõem limitações, proibições ou obrigações” (FOUCAULT, 2004, p. 126), Foucault já explicita que micropoderes perpassam todo o corpo social, acarretando em transformações e modificações de condutas nos indivíduos.

FOUCAULT, Michel. Em Defesa da Sociedade. Curso no Collège de France, 1975-1976. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

251), apresenta três teorias acerca do poder: a substancialista, a subjetivista e a relacional.

Nesse momento introdu- tório, é importante destacar o pensamento de Foucault em relação ao poder. Ele estudou o poder não para criar uma teoria de poder, mas para identificar os sujeitos atuando sobre os outros sujeitos. Nessa perspectiva, pode-se entender a partir do autor por poder uma ação sobre ações.

As cinco bases de poder apresentadas são: o poder de recompensa, o poder coercitivo, o poder legítimo, o poder de referência e o poder de especialista.

O poder abre as portas, dá espaço para defendermos o que achamos importante que, nesse caso, podem ser os próprios interesses. O poder aumenta a personalidade das pessoas.”

Ao distinguir quatro fontes de poder nas sociedades humanas – ideológica, econômica, militar e política – essa série traça suas inter-relações através da história.