Como eram as histórias de cordel inicialmente?

Perguntado por: evasconcelos . Última atualização: 18 de maio de 2023
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Inicialmente, a poesia cordelista era marcada exclusivamente pela oralidade. As rimas feitas pelos poetas nordestinos eram faladas e cantadas, o que se justifica pelas altas taxas de analfabetismo na região.

Seus cordéis são muito populares no imaginário popular do Nordeste brasileiro, tendo Ariano Suassuna, grande dramaturgo nordestino, popularizado a todo Brasil as histórias de Leandro em sua peça 'Auto da compadecida', que contava com cordéis de Leandro: 'O testamento do cachorro' e 'O cavalo que defecava dinheiro'.

A literatura de cordel tem esse nome, porque antigamente, os folhetos eram vendidos expostos, ou seja, pendurados em um determinado barbante ou cordéis, dando assim origem ao seu nome.

Os folhetos de cordel são expostos em cordas ou barbantes, presos por grampos. Os folhetos de cordel medem cerca de 12 x 16 cm e como são folhas dobradas, têm número de páginas sempre múltiplos de quatro. Sua capa é feita em xilogravura e apresenta ilustrações que remetem ao conteúdo dos poemas.

O termo cordel apareceu pela primeira vez no Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa, também conhecido como Dicionário Caldas Aulete, publicado em 1881. Na segunda metade do século XIX começaram as impressões de folhetos brasileiros, com suas características próprias.

O paraibano Leandro Gomes de Barros, nascido em 1865, foi considerado o criador da Literatura de Cordel e ficou conhecido, em famosa definição de Carlos Drummond de Andrade, como o “príncipe dos poetas”. É considerado o primeiro escritor brasileiro de literatura de cordel contemporânea.

Principais características
No geral, o cordel é escrito em métrica com rimas que fazem a musicalidade dos versos. Torna-se uma forma de resistência para o folclore da região de onde surge, já que o gênero cordel trata dos costumes locais, fortalecendo as identidades regionais.

7 cordéis famosos que você precisa conhecer

  • #1. A Discussão do Carioca com o Pau-de-Arara, Apolônio Alves dos Santos.
  • #2. Cordel, de Patativa do Assaré
  • #3. Peleja de Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum, Firmino Teixeira do Amaral.
  • #4. Cordéis que educam e transformam, de Costa Senna.
  • #5. ...
  • #6. ...
  • #7.

Sua principal função social é de informar, ao mesmo tempo que diverte os leitores. Oposta à literatura tradicional (impressa nos livros), a literatura de cordel é uma tradição literária regional.

Os poemas de literatura de cordel são marcados por fortes elementos da cultura brasileira, com temas que incluem fatos do cotidiano, episódios históricos, lendas, temas religiosos, entre outros. A sua escrita conta com linguagem coloquial, uso de humor, ironia e sarcasmo.

Cultura Nordestina – Pode-se dizer que a Literatura de Cordel é algo que representa a cultura nordestina, pois está presente na maioria dos estados do nordeste brasileiro, seja, nas histórias, nos personagens, nos elementos que simbolizam o Nordeste, a linguagem, a arte, a arte presente nas capas – xilogravura, à ...

A literatura de cordel, impressa em folhetos, veio de Portugal e se incorporou à tradição literária brasileira por meio das histórias de tradição oral, transmitidas de geração a geração. Foi introduzida de forma gradual pois precisou se adaptar às manifestações culturais brasileiras.

A literatura de cordel é um gênero poético que resultou da conexão entre as tradições orais e escritas presentes na formação social brasileira e carrega vínculos com as culturas africana, indígena e europeia e árabe.

Afinal, por que o nome cordel? Porque esses textos são escritos em folhetos e pendurados em barbantes ou cordas, por isso, recebem o nome de cordel.

Trata-se da técnica em que se utiliza um pedaço de madeira para entalhar um desenho de maneira a deixar em relevo os traços da obra. Depois, o artista pinta a parte desenhada, e, em seguida, prensa a madeira contra um papel para, literalmente, imprimir a imagem.

Qual a origem da literatura? As obras literárias mais antigas são a Ilíada e a Odisseia, dois famosos poemas épicos do escritor grego Homero. Portanto, está na Antiguidade a origem da literatura como a conhecemos hoje, formada por textos escritos que apresentam estrutura e conteúdo literários.

Os versos de cordel são escritos em sextilha, ou seja, têm estrofes de seis linhas cada. As rimas normalmente ocorrem entre as linhas 2, 4 e 6.

- Métrica é a mesma quantidade de sílabas poéticas em cada verso. - Rima Consoante é a mais usada na literatura de cordel, exemplos: Natação, patinação, posição, recreação. Futebol, espiribol, basebol, frescobol, softbol.

Alguns importantes cordelistas brasileiros são: Patativa do Assaré, Leandro Gomes de Barros, Firmino Teixeira do Amaral, Jarid Arraes,Silvino Pirauá, Fábio Sombra, Salete Maria da Silva, Maria Godelivie, Arievaldo Viana Lima e Pedro Nonato da Costa.

1 - Patativa do Assaré: O autor cearense é certamente um dos nomes mais lembrados quando se trata de literatura de cordel.

Leandro Gomes de Barros

Uma biografia de Leandro Gomes de Barros (1865-1918), o “pai da literatura de cordel”