Como era organizado o engenho?

Perguntado por: aguimaraes . Última atualização: 19 de maio de 2023
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O engenho, a grande propriedade produtora de açúcar, era constituído, basicamente, por dois grandes setores: o agrícola – formado pelos canaviais – e o de beneficiamento – a casa do engenho, onde a cana-de-açúcar era transformada em açúcar e aguardente.

O trabalho realizado pelos escravos africanos nos engenhos de açúcar era árduo e insalubre. As jornadas eram longas e tornavam-se mais exaustivas à medida que se aproximava o período da colheita da cana, uma vez que as tarefas a serem cumpridas aumentavam.

Nos engenhos de açúcar do Brasil Colonial eram empregados o trabalho assalariado livre e o trabalho escravo africano. Neste texto daremos ênfase às formas e características do trabalho escravo colonial. A maioria da população colonial brasileira era composta por africanos e seus descendentes escravizados.

Mais conhecidos como engenhos, tais localidades eram compostas por uma moenda, uma casa das caldeiras e das fornalhas e a casa de purgar.

As pessoas escravizadas representavam a principal mão de obra nos engenhos açucareiros (cerca de 80%) e não recebiam salários. Embora a maior parte fosses oriundos da África, muitos escravizados indígenas atuaram nos engenhos coloniais.

O trabalho em um engenho brasileiro era ininterrupto, sendo as tarefas pertinentes aos canaviais realizadas durante o dia e as atividades da moenda feitas à noite. A moenda ficava em funcionamento normalmente por dezoito a vinte horas, parando por apenas algumas horas para a limpeza do mecanismo.

Os capatazes e feitores eram trabalhadores livres que trabalhavam para os senhores de engenho nas fazendas de açúcar na época do Brasil Colonial. O trabalho que eles faziam era recompensado com pagamento de salários.

Entre as punições, figuravam falar mal do rei e praticar feitiçaria. Entre as penas, a amputação de membros e a marcação da pele com ferro em brasa. A pena de morte era prevista a torto e a direito.

Os senhores de engenho detinham posição mais vantajosa. Possuíam, além de escravos e terras, o engenho. Abaixo deles situavam-se os agricultores que possuíam a terra em que trabalhavam, adquirida por concessão ou compra.

A mão de obra escrava, inicialmente, foi essencial para as lavouras de cana-de-açúcar, de tabaco e de algodão e para os engenhos. Mais tarde, fundamental nas vilas e cidades, nas minas e nas fazendas de café.

A configuração espacial do engenho estava ligada ao processo de fabricação do açúcar, que consistia basicamente em três etapas principais: moagem da cana, cozimento do caldo e purga. Cada uma das etapas de produção do açúcar refletira na arquitetura das fábricas.

Os senhores de engenho eram o grupo dominante na sociedade açucareira. Eram os donos das terras, das máquinas e até dos homens! Possuíam muita riqueza e prestígio. Eles tinham poder sobre todos os habitantes do engenho: do padre aos escravos, além dos familiares e dos trabalhadores livres.

Esses engenhos de açúcar eram de propriedade do chamado senhor de engenho e eram constituídos da casa-grande, senzala e moenda (onde ocorria a produção de açúcar). O canavial e o curral também faziam parte da estrutura do engenho.

question. Assim, basicamente a sociedade açucareira no período colonial estava organizada da seguinte maneira: Os senhores de engenho, o grupo dominante eram donos das terras, máquinas e escravos. Lavradores de cana, eram arrendatários das propriedades, podiam a ser de cana obrigada ou cana livre.

As casas-grandes dos primeiros engenhos eram modestamente mobiliadas. Usavam-se redes e colchões para dormir, tamboretes e bancos para sentar. Na cozinha, os utensílios eram cerâmicas indígenas, objetos de estanho, prata e vidro.

Os primeiros engenhos foram construídos na recém-fundada vila de São Vicente, a primeira do país, por Martim Afonso. Em 1540, um deles, o de São Jorge, foi vendido ao flamengo Erasmos Schetz. Sua família, uma das maiores comerciantes da Europa, levou o negócio ao seu apogeu no final daquele século.

Chamava-se de crioulo o escravo nascido no Brasil. Geralmente dava-se preferência aos mulatos para as tarefas domésticas, artesanais e de supervisão, deixando aos de cor mais escura, geralmente os africanos, os trabalhos mais pesados.

A senzala era uma espécie de habitação ou alojamento dos escravos. Elas existiram durante toda a fase de escravidão(entre o século XVI e XIX). A senzala também servia para accorentar os escravos que tentavam fugir. à senzala era construída de madeira ou de barro,tinha poucas janela e era bastante desconfor- tável.

Existiam escravos que trabalhavam no campo, nas residências e nas cidades. Os do campo eram extremamente mal vestidos, e muitos não tinham contato direto com seu senhor, apenas com o feitor. Os escravos domésticos tinham roupas melhores e contato direto com o senhor e sua família.

Como mencionamos, os indígenas foram a principal mão de obra escrava até meados do século XVII e existem inúmeros levantamentos que mostram que o número de escravos indígenas era superior nos engenhos instalados pelo país.

Os africanos eram tratados como se fossem um único povo, cuja cultura era considerada "inferior". Por isso eram obrigados a trabalhar em situações degradantes, vivendo de forma precária, sendo punidos com violência caso não cumprissem as ordens que lhes eram dadas.