Como era o modo de vida dos quilombolas?

Perguntado por: earruda . Última atualização: 19 de fevereiro de 2023
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Como era a Vida no Quilombo? O funcionamento dos quilombos considerava a tradição dos escravos fugidos que neles habitavam. Nessas comunidades, se realizavam atividades diversas como agricultura, extrativismo, criação de animais, exploração de minério e atividades mercantis.

O povo do quilombo é um povo alegre, que gosta de música e de dança. O canto está sempre presente em seu cotidiano e nas festas. Entre os quilombolas há um grande número de cantores e compositores, que relatam em suas músicas a vida, a luta e a esperança de seu povo.

Os princípios que regem a Educação Escolar Quilombola são: o respeito e reconhecimento da história e da cultura afro-brasileira como elementos estruturantes do processo civilizatório nacional; a proteção das manifestações da cultura afro-brasileira; a valorização da diversidade étnico-racial; a promoção do bem de todos ...

(2011) ao avaliarem a alimentação de uma comunidade quilombola no Rio Grande do Sul evidenciaram que os principais alimentos consumidos eram arroz, feijão, carne e massas, com baixo consumo de frutas. Além disso, observaram na comunidade que o alimento mais consumido entre refeições eram as bolachas e café com açúcar.

Os remanescentes de quilombos enfrentam problemas sérios, principalmente no que diz respeito à titulação de suas terras. Segundo pesquisa elaborada pelo Centro de Cartografia da Universidade de Brasília, das 2.228 comunidades quilombolas no Brasil, apenas 119 tiveram território regularizado até meados deste ano.

O que é ser quilombola? Ser quilombola é se sentir pertencente a uma determinada comunidade, é se identificar com os valores, costumes e também ter a ligação com o território, viver próximo de outros indivíduos que compartilham de um mesmo laço identitário.

A agricultura é a atividade mais forte”, explica o diretor do Patrimônio Afro-Brasileiro da Fundação Cultural Palmares, Alexandro Reis. “O extrativismo também é uma atividade muito forte na área de quilombo.

As comunidades quilombolas são grupos étnicos, predominantemente constituídos de população negra rural ou urbana, descendentes de ex-escravizados, que se autodefinem a partir das relações específicas com a terra, o parentesco, o território, a ancestralidade, as tradições e práticas culturais próprias.

As comunidades quilombolas são grupos com identidade cultural própria e se formaram por meio de um processo histórico que começou nos tempos da escravidão no Brasil. Elas simbolizam a resistência a diferentes formas de dominação.

Jongo, tambor de crioula, maçambique, candombe e tantos outros ritmos genuinamente africanos ajudam a manter os laços dos quilombolas com seus antepassados e a embalar a luta de um povo pela preservação de sua história e pela conquista plena de cidadania.

Os quilombos, de maneira geral, funcionavam como válvula de escape para a intensa violência da escravidão nas senzalas. Além disso, eram considerados pontos centrais de oposição ao modelo escravagista, os quais resistiram a diversos confrontos com aqueles que se afirmavam superiores, os senhores de engenho.

O ensino nas chamadas escolas quilombolas inclui o conteúdo escolar regular, que é dado para todos os estudantes, mas destaca a explicação da formação dos quilombos, da relação Brasil-África e da mistura da cultura africana coma brasileira.

É estudar a luta deste povo por seu reconhecimento, manter suas tradições e, acima de tudo, valorizar as suas conquistas. A resistência enquanto comunidades longevas, a preservação da terra, do solo, todo esse resgate, foi um aprendizado enorme para todos nós. É um trabalho sob o olhar dos quilombolas”, contou.

O sistema de agricultura quilombola é baseado na permacultura, que não permite apenas uma alimentação balanceada e sustentável, como garante o sustento dessas pessoas e mantém o solo da região saudável, o que não acontece no sistema industrial.

Uma festa muito famosa nos quilombos é a festa de Santa Bárbara (4 de dezembro). Nessa festa eles fazem a ladainha em latim, reza de terços e rituais com tambores, tipicamente africanos, do candomblé. Algumas das danças tradicionais dos quilombolas são: lundum, valsa e marzuca. Outra tradição é a dança desfesteira.

Ainda hoje existem comunidades quilombolas que resistem à urbanização e tentam manter seu modo de vida simples e em contanto com a natureza, vivendo, porém, muitas vezes em condições precárias devido à falta de recursos naturais e à difícil integração à vida urbana e não tribal.

Nas comunidades quilombolas, hoje, existem três religiões predominantes: o catolicismo, o candomblé e o evangelismo. Algumas possuem apenas uma religião, porém, o mais comum é que, numa mesma comunidade, predominem duas ou três religiões diferentes.

Mas grande parte delas vêm sofrendo com o avanço feroz do agronegócio, dos grandes empreendimentos e por isso, os quilombolas sofrem ameaças constantes e perda dos seus territórios para grileiros, madeireiros, políticos e empresários, amparados por uma série de medidas governamentais contrárias aos direitos ...