Como era a poesia do Arcadismo?

Perguntado por: imarinho . Última atualização: 23 de fevereiro de 2023
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Em busca do equilíbrio e da restauração do caos reinante na escola barroca, o arcadismo recorria ao bucolismo, aos temas pastoris, aos elementos da natureza. Era comum que os poetas árcades assinassem seus versos em pseudônimos com nomes de pastores gregos e romanos.

O Arcadismo brasileiro possui três tipos de manifestações literárias, as obras líricas, as satíricas e as épicas. Nas obras líricas, como em Marília de Dirceu, os poetas neoclássicos escreviam segundo alguns preceitos latinos, conforme listamos abaixo: Fugere urbem (fugir da cidade)

A linguagem do Arcadismo era bucólica e valorizava o pastoralismo, inclusive os autores usavam pseudônimos de pastores para escrever suas poesias. Os árcades acreditavam que o ambiente bucólico era o melhor para viver.

Inspirados por valores greco-latinos, os escritores árcades exaltavam a harmonia e o culto à beleza clássica. Além disso, o contexto histórico do Arcadismo é contemporâneo ao Iluminismo, à ascensão da burguesia e ao declínio da monarquia absolutista.

a) Os poetas árcades defendiam o bucolismo como estilo de vida no campo, longe dos centros urbanos. A vida pobre e feliz no ambiente campestre contrasta com a vida luxuosa e triste na cidade.

Em termos de análise literária, é possível dizer que o Arcadismo brasileiro tem três manifestações diferentes: as obras líricas, as satíricas e as épicas. Os principais autores do Arcadismo são: Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Santa Rita Durão e Basílio da Gama.

As principais características das obras do arcadismo brasileiro são: valorização da vida no campo, crítica a vida nos centros urbanos (fugere urbem = fuga da cidade), uso de apelidos, objetividade, idealização da mulher amada, abordagem de temas épicos, linguagem simples, pastoralismo e fingimento poético.

Inutilia truncat (cortar o inútil): Segundo esse preceito, a poesia deveria abandonar a linguagem rebuscada, típica do movimento estético anterior, o Barroco. Deixando para trás os paradoxos, antíteses e jogos sintáticos da arte barroca, o arcadismo prezava por uma linguagem simples e clara.

As caraterísticas do arcadismo refletem a simplicidade por meio da exaltação na natureza proposta pelos arcadistas. Dessa forma, os escritores árcades estavam preocupados em demostrar uma vida simples e tranquila, longe dos centros urbanos.

Os árcades buscam expressar a ideia de uma vida tranquila, amena e natural, onde o caos das cidades é substituído pelos cenários bucólicos do campo. Assim como o bucolismo, o pastoralismo também se refere ao modo simples, ingênuo e tranquilo que o personagem é apresentado.

6 frases em latim ficaram bem conhecidas como as principais ideologias do arcadismo

  • Fugere urbem (fuga da cidade) ...
  • Aurea mediocritas (mediocridade áurea, dourada) ...
  • Locus amoenus (lugar ameno) ...
  • Inutilia truncat (cortar o inútil) ...
  • Carpe diem (colher o dia)

Qual é o objetivo do Arcadismo? No contexto do Arcadismo, o objetivo do movimento literário e artístico era o de se contrapor ao Barroco, ou seja: focar a razão, trazer um vocabulário mais simples, diminuir o exagero na produção artística, utilizar uma linguagem séria, entre outros.

Os excessos do barroco eram rejeitados no arcadismo. Busca pelo equilíbrio (Razão): o arcadismo no Brasil buscava o equilíbrio por meio da razão. Então, buscava uma simplicidade de uma vida formada pela racionalidade.

Além disso, eram chamados de “Poetas Fingidores” posto que utilizavam pseudônimos (nomes artísticos, de pastores cantados na poesia grega ou latina) em suas obras simulando sentimentos poéticos bem como imitavam os clássicos renascentistas.

Cláudio Manuel da Costa (1729-1789)
Poeta, advogado e jurista brasileiro, Cláudio Manuel da Costa é considerado o precursor do Arcadismo no Brasil e destacou -se por sua obra literária, mais precisamente, a poesia.

Principais obras:

  • Culto Métrico (1749)
  • Munúsculo Métrico (1751)
  • Labirinto de Amor (1753)
  • Epicédio (1753)
  • Lírica Ressonância (1753)
  • Obras Poéticas (1768)
  • Vila Rica (1773)
  • Poesias Manuscritas (1779)

Trata-se de um sujeito lírico vivendo no campo (locus amoenus), cultivando uma vida simples (aurea mediocritas), longe das dinâmicas de vida na cidade (fugere urbem). Além disso, percebemos também a valorização do amor e a idealização da amada, característica árcade que perduraria pelo movimento seguinte, o romantismo.