Como era a higiene na época da escravidão?

Perguntado por: eourique . Última atualização: 4 de fevereiro de 2023
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Todos se depilavam, cortavam e lavavam os cabelos. Para isso, usavam produtos vegetais como o óleo de andiroba e extrato de pitanga, que ainda hoje são usados na indústria de higiene pessoal. Também veio deles o costume de tomar banho diariamente, ato que os portugueses evitavam.

As pessoas limpavam os pés, as mãos, o rosto e os braços e o resto era sujeira. De acordo com relatos dos médicos do século XIX, doenças de pele eram comuns como sarnas e perebas de todos os tipos.

Como eles faziam a limpeza pessoal? Na Idade Média, não havia escovas de dente, perfumes, desodorantes e muito menos papel higiênico. Excremento humano era jogado das janelas do palácio. Num dia de festa, a cozinha do palácio podia preparar um banquete para 1500 pessoas, sem a mínima higiene.

Higiene e o culto
Nenhum povo sabia da existência de microrganismos causadores de doenças e, mesmo assim, os hebreus mantinham o hábito de purificar as mãos, vestes, corpo, utensílios domésticos e de culto.

Na idade Média, não havia o costume de tomar banho, devido ao frio e à quase inexistência de água encanada. O primeiro, muitas vezes, o único banho, acontecia em maio e era tomado numa única tina enorme, cheia de água quente. O chefe da família tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa.

A senzala foi uma forma de moradia de populações escravizadas, vindas do continente africano num movimento conhecido por Diáspora Africana, ou a vinda compulsória de sujeitos para o trabalho no sistema escravista na colônia portuguesa.

Característica da Senzala
Era um cômodo de tamanho variado, pois dependia do número de escravos dos senhores de fazenda; geralmente construído com madeiras e barro, técnica conhecida como taipa ou pau a pique. Eram cobertas por folha de coqueiro ou palha.

Na história dos antigos egípcios, há mais ou menos 3000 anos, o ato de tomar banho era sagrado e uma forma de purificar o espírito. Os antigos romanos transformaram o banho em um evento, construindo termas públicas onde todo mundo tinha o prazer de relaxar e conviver com os semelhantes.

Por mera coincidência, as epidemias de peste, por conta do ciclo vital das pulgas, eram mais comuns nos meses de verão, quando os banhos costumavam ser mais frequentes. Assim, os banhos passaram a ser vistos como porta para o cemitério.

O homem já usou galhos, folha e até palitos de ouro para limpar os dentes. Por um longo período as escovas eram feitas com um osso como cabo e pelos de animais como cerdas. Uma escova mais parecida com a que usamos hoje, achada por paleontólogos na Europa, tem cerca de 300 anos.

Os índios que habitavam o Brasil quando os portugueses atracaram no litoral do País foram responsáveis por transmitir muitos dos hábitos de higiene que ainda permeiam a cultura nacional. Todos se depilavam, cortavam e lavavam os cabelos.

Os índios possuíam conhecimento para tratar a saúde
Nesses banhos também praticavam natação, o que auxiliava a manter o porte físico. Além de manterem organizadas suas aldeias e suas ocas, eles nunca jogavam seus dejetos nos rios, pois sabiam que dos rios e das matas tirariam os recursos para sua sobrevivência.

As mulheres usavam o mesmo sabonete do banho para lavar os cabelos e higienizar o couro cabeludo. Os sabonetes dessa época, eram muito mais fortes do que os atuais, alguns levavam soda cáustica na fórmula e, era por isso que ressecavam os fios.

As pessoas se lavavam, mesmo sem banhos quentes. Quando você está na banheira, as células mortas da pele, pêlos, poeira e sujeira, misturado com sabão, ficam na superfície da água. Ao emergir, você acaba com tudo isso na pele outra vez e precisa de um enxágue para ficar completamente limpo.

O banheiro era comunitário e não necessariamente havia diferenciação de gênero. Todos se sentavam lado a lado em uma latrina coletiva. Ali as pessoas faziam suas necessidades enquanto interagiam, debatiam assuntos diversos e, até mesmo, realizavam banquetes.

Nessa época, os médicos acreditavam que as doenças consistiam em manifestações malignas que tomavam o corpo do indivíduo por meio de suas vias de entrada. A partir dessa premissa, a classe médica concluiu que o banho em excesso alargava os poros da pele e, com isso, deixava o sujeito suscetível a uma doença.

Para se lavarem, os egípcios usavam uma bacia e um jarro provido de bico, no qual colocavam a água. Ao lavarem os dentes, desinfetavam a água com uma espécie de sal. Usavam ainda uma pasta solidificada contendo uma substância desengordurante como, por exemplo, cinza, que levantava espuma quando esfregada.

Os romanos eram conhecidos na antiguidade por manter hábitos de limpeza como recolher as fezes das ruas, tomar água limpa, banhar-se regularmente e ter banheiros públicos. No entanto, segundo Piers Mitchell, autor do estudo, o esquema sanitário dos romanos parece não ter resultado em uma população mais saudável.