Como é a educação no quilombo?

Perguntado por: ealencastro . Última atualização: 23 de fevereiro de 2023
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Os princípios que regem a Educação Escolar Quilombola são: o respeito e reconhecimento da história e da cultura afro-brasileira como elementos estruturantes do processo civilizatório nacional; a proteção das manifestações da cultura afro-brasileira; a valorização da diversidade étnico-racial; a promoção do bem de todos ...

A educação quilombola oferece atividades e metodologias que contemplam e valorizam os saberes e fazeres locais, a oralidade e a ancestralidade.

Logo, a educação quilombola na escola deve partir dos princípios de uma educação integral, isto é, reconhecer o território e a comunidade como parte do processo educativo. Isso significa que a escola precisa de uma arquitetura que faça sentido para a comunidade em que está inserida.

Os desafios são grandes, sendo necessário modificar a cultura escolar, que exclui a diversidade. Na representação quilombola, não é o passado que retorna. É o presente que faz aflorar a história e a ancestralidade dentro das experiências que levam à organização social.

Os quilombos foram formados na era colonial, principalmente, a partir da resistência de negros escravizados e libertos. Muitos deles se associaram a povos do campo e indígenas. A educação das crianças sempre ocorreu nos quilombos, liderada pelos mais velhos, e articulada à prática e à tradição oral.

A Educação Escolar Quilombola é desenvolvida em unidades educacionais inscritas em suas terras e cultura, requerendo pedagogia própria em respeito à espeficidade étnico-cultural de cada comunidade e formação especifica de eu quadro docente, observado os princípios constitucionais, a base nacional comum e os princípios ...

É a pessoa que, morando ou não em um quilombo, se identifica com a cultura quilombola. Ela pode estar matriculada em qualquer etapa da Educação Básica, bem como na Educação de Jovens e Adultos (EJA).

“A Educação do Campo compreende a Educação Básica em suas etapas de Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação Profissional Técnica de nível médio integrada com o Ensino Médio e destina-se ao atendimento às populações rurais em suas mais variadas formas de produção da vida — agricultores familiares, ...

Uma das questões mais atuais da resistência dessas comunidades é a luta pelo território. No Brasil, o número de quilombos titulados é baixo. Quilombolas enfrentam ameaças do agronegócio, da especulação imobiliária e do próprio poder público.

Ainda hoje existem comunidades quilombolas que resistem à urbanização e tentam manter seu modo de vida simples e em contanto com a natureza, vivendo, porém, muitas vezes em condições precárias devido à falta de recursos naturais e à difícil integração à vida urbana e não tribal.

As demandas dos quilombolas nas audiências públicas evidenciaram a vivência destes numa sociedade comum partilhada, sendo suas principais reivindicações no campo da educação: acesso à tecnologia, formação profissional dos jovens e adultos e acesso ao ensino superior.

A educação quilombola visa promover formação educacional para estudantes moradores de comunidades quilombolas. Ela deve levar em consideração as vivências, aspectos históricos e étnicos-raciais dessas localidades.

A implementação da Lei nº 10.639/03 não se restringe à existência do espaço escolar nas comunidades quilombolas, mas para a garantia de uma educação que contemple as particularidades étnicas, culturais e políticas dessas comunidades, uma vez que suas trajetórias históricas constituem o exemplo da resistência afro- ...

A questão agrária segue como a maior luta das/os quilombolas que têm seus territórios como espaços fundamentais de vida, produção, luta e resistência, ao mesmo tempo em que ainda é o maior desafio e motivo de conflitos.

Eles sobrevivem principalmente através do cultivo de roça: arroz, mandioca, milho, feijão, verduras e legumes para uso próprio, já a sua renda é obtida principalmente através da produção de banana orgânica, artesanato e turismo.

Extrativismo, artesanato, produção cultural, turismo de base comunitária e a venda de produtos feitos a partir de matérias primas produzidas pela comunidade também contribuem para complementar a renda.

Os quilombos eram comunidades formadas por africanos escravizados e seus descendentes. Essas comunidades eram formadas por escravos que fugiam da escravidão, sendo um local onde viviam em liberdade e resistiam à escravidão. Nos quilombos não viviam apenas africanos escravizados, mas também índios e brancos livres.

No dia 28 de maio de 2013, foi inaugurada na comunidade da Caveira, que fica no município de São Pedro da Aldeia, no Rio de Janeiro, a Escola Quilombola Rosa Geralda da Silveira – a primeira escola quilombola construída no estado do Rio de Janeiro.

Existia um cultivo e uma agricultura que garantia a subsistência da comunidade e certamente mantinha relações com os centros econômicos que também dependiam do que produziam os quilombos. Eram organizações com tanta força que passaram a estabelecer relações comerciais com a cidade”, explica Cecilia.