Como a personagem da Emília começou a falar?

Perguntado por: dmonteiro . Última atualização: 27 de maio de 2023
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O doutor escolheu uma pílula falante e pôs-lhe na boca – Engula de uma vez! Disse Narizinho ensinando à Emília como se engole pílula. E não faça tanta careta que arrebenta o outro olho. Emília engoliu a pílula muito bem engolida, e começou a falar no mesmo instante.

A Emília é irreverente, é bem-humorada, quer conhecer. Ela representa um ideal de criança extremamente crítico, que é um pouco o ideal mais do nosso tempo de hoje do que do tempo de Lobato.

Emília tem como característica principal falar aquilo que pensa, sendo descrita como uma boneca interesseira e egoísta, e ao mesmo tempo, criativa, comunicativa e querida por todos, inspirando as crianças e jovens, bem como aos adultos.

Emília nasceu boneca de pano, de trapo e macela, e ficou sendo a companheira preferida de Narizinho. Narizinho é o apelido de Lúcia, neta de Dona Benta, uma simpática senhora de mais de sessenta anos, óculos de ouro na ponta do nariz e dona do famoso Sítio do Pica-Pau Amarelo.

A personagem Emília apareceu pela primeira vez no livro “A Menina do Narizinho Arrebitado”, de 1920. Lobato conta que Emília foi feita por Tia Nastácia de presente para a neta de Dona Benta, Lúcia Encerrabodes de Oliveira, mais conhecida como Narizinho. Emília é uma boneca de pano, recheada de flor de macela.

Caramujo, que lhe receitou uma "pílula falante". Emília, então, desembesta a falar. Narizinho, preocupada, pediu ao "doutor" que a fizesse vomitar aquela pílula e engolir uma mais fraquinha. Mas, explicou Caramujo, aquilo era "fala recolhida", que não podia mais ficar "entalada”.

A personagem Emília, segundo Eduardo, simboliza a desobediência e a impertinência – ao falar sempre o que quer, sem se importar com nada – e, dessa forma, simboliza também a busca por liberdade.

Em sua primeira aparição, Emília é apresentada como uma boneca de pano fabricada a partir das saias velhas de tia Nastácia, “com seus olhos de retrós preto e as sobrancelhas tão lá em cima que é como ver uma cara de bruxa” (LOBATO, 2014 p. 8).

Reny de Oliveira

Reny de Oliveira nasceu em 1947 e se tornou a Emília mais marcante da primeira versão da série. Sua imagem ficou tão vinculada a personagem - seu trabalho na produção durou entre 1978 e 1982 - que ela abandonou a carreira no final da década de 1980.

7- EMÍLIA ADORA PULAR AMARELINHA COM SEUS AMIGOS! AMARELINHA É UMA BRINCADEIRA QUE MUITAS CRIANÇAS TAMBÉM ADORAM.

Ao ouvir uma fábula contada por Dona Benta, Emília tem a ambiciosa ideia de transformar a natureza. Eis que o momento oportuno para empreender seu plano surge: Dona Benta e Tia Nastácia viajam com os picapauzinhos para a Europa, deixando Emília sozinha no Sítio.

“Escrevi um livro com a Emília porque queria dar espaço para a criatividade e a irreverência dela”, diz Sônia, que é pesquisadora da obra de Lobato. Com sua inventividade, Emília consegue transformar o futuro ao mexer os pauzinhos no passado.

Emília, a boneca falante; Narizinho e Pedrinho, netos e dona Benta; Visconde de Sabugosa e sua criatividade; Tia Nastácia e suas delícias culinárias; e a bruxa Cuca com cara e corpo de jacaré.

As memórias da Emília incluem a chegada de um anjinho no Sítio do Picapau Amarelo, as aventuras de Peter Pan e Capitão Gancho e até as confusões de Popeye!

de 1920

Por exemplo: Emília tem data e local de nascimento — e esse lugar não é o Sítio do Picapau Amarelo, onde ela foi confeccionada por Tia Nastácia. A boneca nasceu da pena de Monteiro Lobato em São Paulo, na Rua Boa Vista 52, em algum dia de 1920.

Dona Benta, Jeca Tatu, Narizinho, Emília, Cuca, Tia Nastácia, Pedrinho. Esses são personagens que fazem parte do imaginário brasileiro.

Rabicó

Rabicó é marido de Emília, que só se casou com ele por interesse em se tornar marquesa, e talvez algum dia princesa; isso se deve ao fato de que Narizinho enganou a boneca dizendo que o Rabicó na verdade era um marquês descendente da nobreza, e que uma bruxa havia o transformado em porco, e que só voltaria a ser gente ...

Sob direção de Geraldo Sarno mais uma Emília foi para as telonas em 1973, agora interpretada por Leda Zepellin. A atriz ficou mais conhecida pelo seu trabalho como Chacrete. Trabalhou também em filmes como: Teu Tua, Porque Hoje é Sábado, Eu Dou O Que Ela Gosta e Eu Transo, Ela Transa.

EMÍLIA (A BONECA-GENTE)
PARA CADA HISTÓRIA, ELA TEM UM PLANO INVENTA MIL IDÉIAS, NÃO ENTRA PELO CANO AH, ESSA BONECA É UMA MARAVILHA!

Ser louca é um perigo para a sociedade; daí os hospícios onde se encerram os loucos. Mas ser louquinha até tem graça. Todas as crianças do Brasil gostam de você justamente por esse motivo – por ser louquinha. – Pois eu não quero ser louquinha apenas – disse Emília.

É neste contexto que Lobato cria a personagem Jeca Tatu, como símbolo do homem do interior, preguiçoso, pobre e doente, sendo um empecilho para produção agrícola e, portanto ele precisa ser “tocado” – Lobato declara: “ao caboclo tocá-se!”.