Como a ditadura influenciou a arte?

Perguntado por: agoulart . Última atualização: 30 de maio de 2023
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A resistência à ditadura e o desafio ao conservadorismo deram origem à arte conceitual, onde o que importava era o conceito e a leitura que o artista fazia da realidade. Por isso, linguagens artísticas além das tradicionais pintura e escultura foram experimentadas.

Após o AI-5, com o endurecimento da censura, houve o radicalismo das propostas artísticas, com o que se habituou a chamar de “arte conceitual”. Novas formas de expressão foram criadas. Um artista não tinha mais uma forma limitada de atuação, como por exemplo, a pintura ou escultura.

Um grupo que se destacou na luta contra a opressão foi o dos artistas: atores, músicos, cineastas, artistas plásticos, poetas, escritores... Cada um contribuía com o que melhor sabia fazer, questionando os fatos e informando a população, apesar de censurados pelos órgãos opressores.

Naquela época, o Estado reprimia e censurava as manifestações artísticas, atingindo diretamente os artistas que incorporavam a crítica cultural e política nas suas experimentações e estagnando grande parte dos setores culturais.

Perseguição às artes. Durante o regime militar, a repressão à produção cultural perseguiu qualquer ideia que pudesse ser interpretada como contrária às do governo — e vira e mexe incluíam aí canções bregas, que não tinham conteúdo diretamente político.

Movimentos Artísticos

  • Nova Figuração.
  • Nova Objetividade.
  • Conceitualismo.
  • Do Corpo à Terra (1970)
  • Happenings.
  • Exposições censuradas.

No caso do Brasil, a censura ao cinema se instaurou logo quando a sétima arte se consagrava como meio de comunicação, no início do século 20. Enquanto isso, segmentos da sociedade, como o de educadores e da Igreja, se organizam em torno da preocupação com o poder de influência que poderia ter sobre os espectadores.

As metáforas foram usadas para evitar o choque direto com a censura. Um exemplo é a canção Cálice, de Chico Buarque e Gilberto Gil, em que a palavra que dá título à composição tem som idêntico à expressão “cale-se”.

Em 1965, começou a fazer caricatura política para o Diário de Minas. Foi um dos grandes representantes da resistência à ditadura e colaborou com o semanário O Pasquim, um dos ícones do combate ao regime militar por meio da sátira e do humor.

A democratização da arte passa pela apreciação da arte digital, que promove a educação visual e a difusão do pensamento contemporâneo com argumentação critica, problematizando noções pré concebidas pelo mundo da arte, que ainda pertence a elites.

A arte e a expressão artística desempenham muitas funções em um protesto político, algumas delas destinadas a produzir conhecimento e solidariedade dentro do grupo de manifestantes e outros como meio de chamar a atenção e comunicar àqueles que estão de fora do protesto.

Entre 200 e 450 obras literárias consideradas subversivas ou contrárias à moral e aos bons costumes foram censuradas durante o regime militar.

Apesar da censura, das prisões e perseguições a artistas e criadores, a cultura brasileira resistiu â ditadura militar através da criação e de ações políticas, tornando-se um polo importante de contestação e também de apoio à resistência política contra o regime.

Durante a ditadura, as produções artísticas, intelectuais e culturais estavam susceptíveis à censura. Com isso, o compositor precisava apresentar a letra de sua composição ao representante do governo que diria se a obra poderia ou não ser lançada.

A importância da arte contemporânea para os dias atuais
E assim como ocorre nos movimentos ligados à cultura, a arte passou a refletir essa sensação de recomeço após a guerra, imprimindo a transformação social da época.