Como a discalculia afeta o cérebro?

Perguntado por: ltaveira6 . Última atualização: 3 de abril de 2023
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Dificuldade na memória de trabalho, na memória em tarefas não verbais, na soletração de não palavras (tarefas de escrita), ausência de problemas fonológicos, dificuldade na memória de trabalho que implica contagem, dificuldade nas habilidades visoespaciais e nas habilidades psicomotoras e perceptivo-táteis.

Segundo Garciá (1998), tais dificuldades podem estar ligadas à Discalculia, um transtorno de aprendizagem causado por má-formação neurológica que se manifesta como uma dificuldade da criança para realizar operações matemáticas, classificar números e colocá-los em sequência.

A discalculia é caracterizada pela dificuldade no aprendizado dos números. As crianças apresentam uma inabilidade para lidar com contagens, sequências e operações aritméticas. Mas é importante ressaltar que isso não tem a ver com inteligência, mas com uma deficiência na compreensão matemática.

A discalculia é um problema causado por má formação neurológica que se manifesta como uma dificuldade no aprendizado dos números. Essa dificuldade de aprendizagem não é causada por deficiência mental, má escolarização, déficits visuais ou auditivos, e não tem nenhuma ligação com níveis de QI e inteligência.

A discalculia é causada por anomalias funcionais em algumas estruturas cerebrais encarregadas de representar e processar informações numéricas.

Ao tentar resolver um cálculo, por exemplo, envolvemos as redes frontais, o lobo temporal medial e o hipocampo. A atividade cerebral acontece também em duas vias visuais, a ventral e a dorsal – a mais importante região do cérebro para representar o conhecimento de quantidades.

Todas as áreas matemáticas testadas ativam uma rede bilateral que inclui o córtex pré-frontal, os sulcos intraparietais e as zonas temporais inferiores. O interessante é que pesquisas anteriores já mostraram que estas zonas (não linguísticas) são ativadas quando efetuamos um cálculo aritmético simples.

A intervenção psicopedagógica com o aluno acometido com a discalculia, consiste em desenvolver atividades matemáticas através de jogos e brincadeiras como forma de trabalhar a socialização, os conceitos matemáticos e estimular as áreas cognitivas envolvidas.

Se você já tem certeza que é discalculia, deve buscar um profissional especializado em reabilitação neuropsicológica. Esse profissional pode ter formação em Psicologia, Psicopedagogia, etc.

ser considerada em distintos graus: Leve – reagem favoravelmente à intervenção psicopedagógica. Médio – configura o quadro da maioria dos alunos que apresentam dificuldades específicas em matemáticas. Limite – quando apresenta lesão neurológica, gerando algum déficit intelectual.

Comumente, são alunos que não apresentam tarefas feitas, não participam das aulas e dessa forma, são consequentemente crianças inibidas. A reprovação desses alunos no final do ano é impossível de ser evitada, caso não verificado o problema anteriormente.

A Discalculia apresenta uma forte relação com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), tendo uma alta taxa de possibilidade dessa associação.

Discalculia – Sintomas
Dificuldade de aprender a contar, mesmo depois de muito tempo que os colegas da mesma idade já conseguem se lembrar de números na ordem correta; Parece não entender o significado de “contagem”; Dificuldade em reconhecer símbolos numéricos e associá-los à palavra escrita (como 6 e seis).

Estudar Matemática melhora a saúde mental, a memória e a plasticidade neural. Pesquisadores da Universidade de Oxford avaliaram o desempenho de alunos que pararam de estudar matemática e constataram que o cérebro deles parou de produzir o ácido gama-aminobutírico (também conhecido pela sigla inglesa GABA).

Córtex cerebral
Essa é a parte externa, que todos chamam de 'massa cinzenta', (por causa de sua coloração acinzentada). É responsável pela nossa capacidade de Pensamento, Movimento voluntário, Linguagem, Julgamento e Percepção. Responsável pelas funções de: Movimento, Equilíbrio e Postura.

O que o cérebro tem para contar - V. S. Ramachandran - Grupo Companhia das Letras. Nesse livro surpreendente e, em muitos aspectos, perturbador, V.S. Ramachandran investiga casos neurológicos desconcertantes: pacientes que acreditam estar mortos, ou que desejam ter um membro saudável amputado, entre outros.

Ele trabalha diretamente em nossa inteligência, linguagem, consciência, memória, nosso movimento, comportamento, entre muitas outras ações. Ou seja, se somos capazes de andar, falar e sentir emoções, de fazer simples tarefas do dia ou complexas atividades, isso se deve à atuação conjunta de diversas regiões do cérebro.

Em um estudo recente, neurocientistas da Jena University (Alemanha) descobriram que o processamento visual de números acontece em uma região do cérebro denominada NFA (visual number form area), ativada igualmente nos dois hemisférios.

Aprender modifica o cérebro
Outra descoberta importante é que o aprendizado tem o potencial de modificar a estrutura física do cérebro, tornando-o mais dinâmico. Dessa forma, quanto mais uma pessoa aprende, mais facilidade ela tem de associar novos conteúdos e se desenvolver intelectualmente.